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Análise

Millaré deixa livros sobre a evolução do teatro no Brasil

Pesquisador morto na quinta (10) escreveu sobre o diretor Antunes Filho

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

O principal legado para o teatro brasileiro deixado pelo pesquisador Sebastião Milaré, que morreu de câncer na última quinta, aos 68 anos, são os livros "Antunes Filho e a Dimensão Utópica" (Perspectiva, 1994) e "Batalha da Quimera: Renato Viana e o Modernismo Cênico Brasileiro" (Funarte, 2009).

No primeiro, recupera os passos de Antunes como encenador antes de "Macunaíma", de 1978. Concentra a atenção nos processos desenvolvidos por ele em "Vereda da Salvação", que montou em 1964 e que, na visão de Milaré, fez "triunfar a revolução modernista no teatro".

Nasceram lá "as pesquisas, laboratórios, prospecções cênicas, as relações internas do grupo" que ecoariam depois nos trabalhos mais reconhecidos do diretor, com o grupo Macunaíma e o Centro de Pesquisa Teatral do Sesc.

O trabalho foi complementado por "Antunes Filho: Poeta da Cena" (Sesc SP, 2001) e "Hierofania: O teatro segundo Antunes Filho" (Sesc SP, 2010), este com o "método" desenvolvido pelo diretor.

"Batalha da Quimera" resgata a trajetória de outro encenador, Renato Viana (1894-1953). Na visão de Milaré, ele foi o primeiro diretor brasileiro "no sentido moderno", tendo conhecido e procurado transplantar ideias de pioneiros europeus como Gordon Craig (1872-1966) e Jacques Copeau (1879-1949).

Viana seria o "elo perdido que liga o teatro ao movimento modernista". Em 1922, estreou "A Última Encarnação de Fausto", do grupo Batalha da Quimera, que criou com os também cariocas Villa-Lobos e Ronald Carvalho.

Depois fundou o grupo Colméia, com Paschoal Carlos Magno e Roberto Rodrigues, irmão de Nelson.

O estudo sobre Viana foi complementado com a edição de "A Última Encarnação de Fausto" pela Martins Fontes, em 2011, parte da coleção Dramaturgos do Brasil.

Além de pesquisador da encenação, Milaré foi dramaturgo, tendo publicado quatro peças em "Poesia Teatral" (Giostri, 2011). Foi também crítico de teatro, em veículos como "Diário do Grande ABC", revista "Artes" e o site "Anta Profana", que fundou em 2000.


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