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Crítica - Novela

'Império' estreia com elenco espetacular e texto criativo

Chay Suede impressiona fazendo o protagonista Zé Alfredo quando jovem

RICARDO FELTRIN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com um capítulo de estreia de 1h25 que pode ter custado mais de R$ 3 milhões, a Globo exibiu na segunda (21) "Império", de Aguinaldo Silva. A novela tem a difícil missão de estancar a sangria de audiência que acomete toda a dramaturgia da casa nos últimos dez anos.

Apesar da imponência das imagens e das atuações muito acima da média, inclusive da Globo, o ibope prévio ficou em cerca de 32 pontos, o mesmo da estreia de "Em Família". Cada ponto corresponde a 65 mil domicílios na Grande São Paulo.

"Império" conta a saga de um jovem sem-teto, Zé Alfredo (Chay Suede), que vai para o Rio tentar a sorte e acaba morando com o irmão (Thiago Martins). Zé Alfredo não só fica com um quarto em sua casa, como também abocanha a cunhada, Eliane (Vanessa Giácomo).

Em três meses, o casal decide fugir, mas Eliane descobre que está grávida e não sabe de quem é a cria. Sua irmã Cora (Marjorie Estiano) descobre o plano e impede Eliane de escapar.

Com a habilidade de sempre, o autor faz as reviravoltas parecerem coisas comezinhas, que se veem todo dia.

O misterioso personagem Sebastião (Reginaldo Faria) flagra o jovem herói chorando e decide, sabe-se lá por que, contratá-lo como segurança. Sebastião, traficante de diamantes, é assassinado logo no primeiro capítulo, deixando seu império nas mãos de Zé Alfredo, que retribui matando o assassino.Fica rico da noite para o dia.

A mistura de tragédia grega e dramalhão foi ampliada por longas tomadas aéreas de penhascos, platôs e cachoeiras, com uma trilha sonora copiosa nos melhores (ou piores) modelos de Hollywood.

O elenco teve uma atuação espetacular, a começar pelo jovem Chay Suede. Sua performance impressiona. O jovem talento foi descoberto pela Record, em "Ídolos".

Esse, sim, é um diamante que já foi para a Globo lapidado. É um nome que vai durar na dramaturgia nacional.

Houve outros momentos suntuosos. Em menos de 15 minutos de participação, Reginaldo Faria se faz engraçado, antipático e depois amado pelo telespectador. É uma pena que já tenha partido desta para a melhor.

Outro destaque do primeiro capítulo foi a incrível evolução de Marjorie Estiano como atriz. Sua cena de embate com Suede na rodoviária do Rio já pode ser incluída entre os melhores momentos da dramaturgia brasileira.

A novela também abriu um núcleo importante na Suíça: no final do capítulo, surge, espetaculosa feito viúva Porcina, Regina Duarte, aparente magnata e contrabandista de pedras preciosas que promete deixar Zé Alfredo muito, muito rico (faltou só a risada malévola ao fundo).

Diferente de "Em Família", "Império" termina com gosto de quero saber mais.

Com um elenco desse porte, tão afinado, e um autor tão criativo e sem medo de ser dramático (e feliz), é provável que "Império" cresça em audiência. A relativa baixa audiência inicial, para os padrões da Globo, pode ser efeito da enfadonha antecessora.

A novela começou com uma audiência de 25 pontos herdados do "Jornal Nacional". Em pouco tempo elevou essa média em mais de sete pontos na Grande São Paulo.

Ou seja, sete pontos são mais de um milhão de pessoas que estavam fazendo outra coisa e decidiram assistir à novela. Em tempos de perda de público, não deixa de ser uma façanha.


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