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Exposição inédita mostra a intimidade de Frida Kahlo

Museu em Curitiba exibe pela primeira vez no país 241 fotos de acervo pessoal

Imagens reunidas apresentam o cotidiano da pintora e referências visuais que ela usou para seus trabalhos

ESTELITA HASS CARAZAI DE CURITIBA

Uma grande boca, impressa em batom rosa sobre uma fotografia que mostra Diego Rivera, marido de Frida Kahlo. É a pintora mexicana a autora da marca, feita sobre uma das 241 fotografias de seu acervo pessoal, que estão em exibição pela primeira vez no Brasil.

A mostra, uma viagem pela intimidade, pelas referências e pela forte personalidade da artista mexicana, fica em cartaz até novembro em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, único no país a recebê-la.

Parte das fotos está comentada, recortada e assinalada por Frida (1907-1954), que interagia com seu acervo, revelando a forma intensa como se relacionava com as pessoas e os fatos à sua volta.

"Ela toma a fotografia como um objeto vivo. Recorta, pinta, escreve, intervém", comenta a diretora do Museu Frida Kahlo, Hilda Trujillo.

Mais que isso, a exibição tem o mérito de mostrar "uma Frida humana, próxima, e não um ser distante ou exótico", segundo Trujillo.

Foi a diretora quem começou a explorar, há quase dez anos, o acervo de 6.300 fotos que estavam guardadas num banheiro da Casa Azul, onde Frida cresceu e que hoje é um museu em sua homenagem.

Há fotografias de diversos autores, algumas anônimas. Retratam não só o cotidiano e a história de Frida, mas também trazem referências pessoais, como cenas indígenas, personagens da Revolução Mexicana e o cotidiano de países soviéticos --a artista era do Partido Comunista.

"É uma coleção muito particular, de interesse intelectual", diz Trujillo.

INFLUÊNCIAS

A pintora teve desde cedo uma relação íntima com a fotografia: seu pai, Guillermo, era fotógrafo. Ainda criança, Frida o acompanhava nas sessões e servia de modelo.

Nas fotos mais antigas, é possível enxergar o olhar penetrante da pintora, que se tornaria conhecido pelos vários autorretratos que fez ao longo de sua carreira.

A opção pelo autorretrato, aliás, tem influência direta do pai, que costumava tirar fotos de si próprio. Logo na primeira sala da exposição, há 18 autorretratos de Guillermo. A pintora Frida se inspiraria neles para suas telas.

A exposição também oferece a oportunidade de conhecer Frida na intimidade.

Num pequeno retrato, vê-se a pintora, famosa pelos vestidos coloridos e penteados efusivos, de cabelos soltos, expressão contrita, com um cigarro na mão e de calça e camisa escuras.

No verso, um comentário: "Frida recém-operada em 1946. Ficou pior que nunca, com dores mais intensas do que alguém pode imaginar".

A pintora sofreu um acidente que quase a matou, aos 18 anos. Conviveu com dores pelo resto da vida.

Em outra foto, de uma mulher anônima, sentada com as pernas abertas para o alto, um comentário irreverente da pintora, que teve vários casos amorosos: "Minha posição normal na vida".

"É a história dela revelada por ela mesma", diz Estela Sandrini, diretora do Museu Oscar Niemeyer.

FRIDA KAHLO - AS SUAS FOTOGRAFIAS
QUANDO de ter. a dom., das 10h às 18h; até 2/11
ONDE Museu Oscar Niemeyer, r. Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba, tel. (41) 3350-4400
QUANTO R$ 6
CLASSIFICAÇÃO livre


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