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Dez produtoras concentram 34% das verbas para filmes nacionais

Pesquisa da Folha aponta que 2% das empresas são as mais favorecidas por recursos públicos

Para a Agência Nacional do Cinema, números refletem capacidade de realização e de atração de investidores

DE SÃO PAULO *

Dez produtoras brasileiras concentram 34% do financiamento público de filmes nacionais. O número representa 2% das mais de 400 produtoras que captaram recursos no Brasil na série histórica entre 1995 a 2012.

Os dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema), disponíveis no seu portal e tabelados pela Folha, também mostram uma concentração na arrecadação dos filmes.

Dez produtoras são responsáveis por 61% da renda arrecadada pelo cinema nacional e, dessas, seis também estão entre as que mais recebem fundos públicos.

Aspectos dos mecanismos de financiamento ajudam a entender esse fenômeno. Um deles é a classificação de produtoras feita pela Ancine. A agência permite às que fizeram mais filmes captar mais, mas o teto de recursos que elas podem usar ao mesmo tempo é de R$ 36 milhões.

Outra questão central é o fato de o principal método de financiamento utilizado pela Ancine ser o fomento indireto, via leis de incentivo: o governo permite a empresas privadas deduzir uma parcela de seu imposto de renda para ser investida em obras cinematográficas.

Nesses casos, a escolha dos projetos financiados é feita pelas empresas cujos recursos serão investidos. Em geral, grandes corporações não têm interesse em fomentar pequenas produções, preferindo se vincular a obras que lhes deem visibilidade.

Fábio Cesnik, advogado especializado em mídia e entretenimento, diz que "as empresas preferem investir em projetos que oferecem menos riscos para suas marcas". Ele conta que filmes com pouco apelo comercial buscam recursos em outras fontes.

Segundo Cesnik, cineastas podem financiar seus filmes, por exemplo, inscrevendo-os em editais públicos e captando pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), braço da Ancine alimentado por impostos da indústria audiovisual.

A Ancine respondeu, por meio de sua assessoria, que a posição no ranking é resultado da capacidade de realização das produtoras e das parcerias para atrair investidores.

A agência diz que "a série de 1995-2012 não reflete o atual momento do mercado audiovisual brasileiro, em que há um número maior de produtoras e oferta mais ampla de mecanismos de incentivo".


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