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Depoimento

No Emmy, tapete vermelho é um desfile de escola de samba

Na entrada, troféu gigante causa fila de pessoas tirando selfies com a estátua

TETÉ RIBEIRO ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

O trânsito de limusines que ameaçava travar as ruas de Los Angeles na última segunda-feira (25) não aconteceu. O elenco de "Orange Is the New Black", série do canal Netflix, numa prova de desapego e coleguismo, foi todo junto à entrega do 66º Emmy, no mesmo carrão. O apresentador Jimmy Kimmel tuitou selfie de smoking, a caminho da premiação, no metrô. Teve quem fosse de bike.

Se chegar ao centro da cidade foi fácil, entrar no teatro Nokia via tapete vermelho se provou mais desafiador. Aí, sim, teve trânsito. E de gente. No sol das 15h. E eu de vestido de veludo preto...

Andar de salto e roupa que não é do dia a dia, em velocidade imposta pela multidão, passando calor e ouvindo gritos de "Olha o ritmo!" e "Tem gente atrás!" faz lembrar a experiência de sair em uma escola de samba.

O fato é que a fila de entrada do Emmy não pode parar, mas também não pode andar rápido: os convidados passam por repórteres e fotógrafos, com o nome de seus veículos marcados nos chão, e precisam dizer que estão muito honrados de estar lá e vestem esse ou aquele estilista.

Logo na porta de entrada, um Emmy gigante causa outra fila: de pessoas que querem tirar foto com a estátua.

Lá dentro, no conforto do ar-condicionado, reconheço essas pessoas. São as "seat fillers", ou "enchedores de cadeira", homens e mulheres que estão ali, na estica, contratados pela organização do evento para ocupar os lugares vazios da plateia.

BELAS PERNAS

A cada intervalo, o chefe deles, com walkie talkie, recebe ordens e manda os colegas para onde for preciso.

Mas, até acharem sua cadeira, eles "procuram" na frente da primeira fileira, de celular na mão, fazendo fotos de seus famosos favoritos.

A premiação recomeça, e a diversão dos "seat fillers" vira outra: postar as fotos e comentar com os amigos.

"A Julia Roberts está de vestido curto e ainda tem belas pernas", diz uma. "O Mark Ruffalo é muito baixinho", diz outra. "O Don Draper de barba fica ainda mais lindo." Outro break comercial, começa mais uma caçada.

"Agora todo mundo quieto que o intervalo vai acabar", diz a voz no speaker. Corre- corre de gente, todos os assentos devidamente ocupados, começa a contagem regressiva: "5, 4, 3, batam palmas para nos ajudar".


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