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Chick Corea traz seu jazz elástico ao país

Expoente da vertente fusion, pianista americano mostra álbum de inéditas em São Paulo, Ouro Preto e Olinda

'Música para mim é atividade social; gosto da experiência de criar, especialmente ao vivo', afirma artista à Folha

RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se jazz é música que se propõe como gênero em evolução, sem limites, Chick Corea é um dos maiores exercitadores da elasticidade do estilo.

O pianista e compositor, que se apresenta no Festival Mimo em Ouro Preto e Olinda, e numa casa de shows em São Paulo, é um dos principais músicos da chamada fusion, caminho algo pop que o jazz seguiu nos anos 70.

Além de gravar ao lado de Miles Davis em clássicos como "Bitches Brew", Corea também liderou a banda Return to Forever, que contava com os brasileiros Airto Moreira e Flora Purim.

Dois anos depois de sua última visita ao Brasil, ao lado de trio acústico com o contrabaixista Stanley Clarke e o baterista Lenny White, Corea volta ao país com nova banda e repertório inédito. O show é baseado em seu último disco, "Chick Corea & the Vigil", em que toca com músicos jovens e instrumentos elétricos misturados com acústicos.

Experimentador constante, Corea já tinha os sintetizadores e pianos elétricos como ponto pacífico quando de suas principais gravações, e explica que até hoje o som plugado na tomada segue como elemento em sua musicalidade.

"Algumas pessoas ainda têm medo de sonoridades elétricas no jazz", disse ele à Folha. "Mas são apenas sons. É uma maneira de experimentar com diferentes texturas, encontrar um sabor novo. E quando tocamos instrumentos elétricos, o público se relaciona com a música de modo diferente, não sei explicar."

Para o novo trabalho, reuniu músicos de gerações mais recentes e diferentes origens. "Sou um cara sociável, e a música para mim é uma atividade social", conta ele.

"Gosto de tocar sozinho quando estou compondo, mas a diversão é tocar com outros músicos, na frente do público. Gosto da experiência de criar, especialmente ao vivo."

"Procuro me colocar em situações em que aprendo coisas novas. Toco músicas novas e, quando toco as velhas, faço de um jeito novo."

Porém, para encontrar novos músicos e novas sonoridades, Corea nota que não se liga na busca intensa pelas novidades: elas surgem naturalmente quando se exercitam as liberdades criativas.

"Há músicos que são muito criativos e há músicos que repetem coisas --mas esses músicos também podem ser criativos repetindo coisas."

"É uma questão de ponto de vista. É como diz o velho clichê: a beleza está nos olhos de quem vê. Isso significa que a pessoa que estiver procurando novidade cria novidade naquilo que ouve."


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