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"Debby Harry vai ser a próxima Rihanna", diz líder do Blondie

Chris Stein quer transformar a cantora em diva pop versão sênior

CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Debbie Harry mudou um ou dois tons da cabeleira desde que fundou o Blondie, em 1975: foi de loiro platinado, quase branco, a loiro vovó, branco de verdade. Mas a musa do new wave não deixa os 66 anos de idade pesarem nas costas e planeja uma guinada de estilo.

"Chega de punk e new wave. Ela vai fazer pop a partir deste ano", diz Chris Stein, 61, guitarrista e produtor da banda que fundou com Debbie quando eram namorados, em Nova York, de onde ele falou com a Folha.

"E pop no sentido Lady Gaga mesmo", esclarece, "porque pop fomos desde que vendemos 20 milhões [de discos] com 'Parallel Lines' [1978]."

Depois desse álbum -em que estavam os hits "Heart of Glass", "Hanging on the Telephone", "One Way or Another" e "Sunday Girl"-, a banda, que até então tocava esgueirada no underground americano, virou grande.

"A gente nunca odiou o pop. Quem fazia isso era nosso público", diz Stein. "É o que melhor se faz hoje em dia". Para ele, o rock e o punk morreram: "Talvez estejam enterrados num 'pet cemitery' [cemitério de animal de estimação, como na música dos Ramones]".

E quem veio em seu lugar? "A artista mais completa e interessante que se vê hoje é a Rihanna, e é nessa linha que vamos trabalhar, fazer da Debbie uma Rihanna com história". Para isso, diz estar pronto para coreografar a sessentona e até incluir rap e reggae em meio às músicas.

SUBVERSÃO POP

A mudança é para romper rótulos. E vender mais do que "Panic of Girls", CD que lançaram em maio de 2011 e que não alcançou um décimo da venda dos anos 1970.

"Não precisamos mais de sucesso comercial, somos uma banda de palco e sempre teremos nosso público". De fato, alguma plateia esperou pela banda nos 15 anos em que ficaram inativos.

Em 1982, Debbie largou o Blondie para cuidar de Stein, que descobriu ter pênfigo, uma mazela que explode em bolhas na pele.

"Desde então, gravamos muitas coisas diferentes, até eletrônico, mas não é o que o público quer ouvir", diz ele. "Fazemos um show idêntico há anos, e há uma coisa meio punk nisso, em não mudar."

Mas nem o "show idêntico" o Brasil viu -a banda nunca se apresentou no país: "Queremos ir ao Brasil. Mas a verdade é que a Europa nos recebe tão bem, com tanta gente, que não faz sentido sair de lá". Nos EUA, diz, "somos uma banda normal".

"A gente ganhou muito mais dinheiro do que os Ramones, por exemplo. Não sei se considero isso justo", diz. "Eles eram um mito; nós, um mercado." E é para expandir as prateleiras do supermercado chamado Blondie, com nove CDs, que ele promete se fechar em estúdio com a parceira a partir de janeiro.

E só sair de lá com a mais veterana cantora pop do mundo. Debbie Harry é hoje a mulher mais velha a encabeçar a parada do Reino Unido, com "Maria", em 1999, aos 57 anos. "Ela quer mais recordes", diz o ex-marido.

Shakira, 34, e Britney, 29, que comecem a se alongar.

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