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Análise
Artista fez ponte entre arquitetura moderna brasileira e o nosso design
GERSON DE OLIVEIRA ESPECIAL PARA A FOLHASérgio Rodrigues deixou um dos mais importantes legados para a história do design brasileiro: peças como a poltronas Mole, a mesa Arimelo e a cadeira Kuka.
A originalidade e a coerência de seu trabalho podem ser vistas na longa trajetória que se inicia nos anos 1950 e tem seu reconhecimento internacional a partir de 1961 (quando a célebre poltrona Mole foi premiada na Itália).
Seus traços influenciam e são influenciados por seu trabalho em arquitetura. Obras como a casa Cachoeirão, de 1995, dão prova de suas habilidades na escala da arquitetura e são bons exemplos de como soluções construtivas mais frequentemente encontradas na escala do mobiliário podem ser empregadas em dimensões maiores.
Rodrigues fez a ponte entre a arquitetura moderna brasileira e o nosso design.
Como é muito frequente na história do design, a criação do mobiliário moderno brasileiro nos anos 50 e 60 se deu a partir carência encontrada pelos arquitetos de peças com tipologias adequadas às suas novas concepções espaciais. Sérgio Rodrigues, ao lado de outros nomes fundamentais neste período, como José Zanine Caldas, Jorge Zalszupin e Joaquim Tenreiro, entre outros, foi responsável por captar este novo espírito arquitetônico e fazer sua transposição para a escala do móvel.
Destaca-se na trajetória de Rodrigues a sua vitalidade criativa. Manteve a criatividade vigorosa em toda a vida. Bons exemplos são alguns desenhos recentes, com a poltrona Diz (2001), a mesa Jua (2004) e a luminária Xibô (2006).
O Brasil perde o seu mais importante designer da história recente. Por isso é tão estranho falar de Sergio no passado. Ele era do grupo dos que parecem pertencer a muitas eras.
