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Livros

Novo selo editorial aposta em livros céticos

Razão e Evolução, da editora JSN, estreia com trabalho de Michael Shermer que investiga as crenças populares

Meta para este ano é lançar mais dez títulos que questionem temas como ETs, religião, homeopatia e astrologia

MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO

Quando criou, há cerca de três meses, o selo editorial Razão e Evolução, o engenheiro de produção Riccardo Gambarotto, 48, uniu duas de suas paixões: a literatura e o ceticismo.

Livros ele coleciona desde os 13 anos -hoje tem uma biblioteca de mais de 10 mil títulos. Como cético assumido já tem 15 anos de estrada -época em que começou a ler o autor Michael Shermer, um dos porta-vozes da comunidade cética nos EUA.

Não surpreende, portanto, que seja justamente com um livro de Shermer, "Por que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas" (leia crítica), que Gambarotto tenha lançado, ao lado do sócio João Noro, seu selo na editora JSN.

O projeto editorial Razão e Sensibilidade fechou 2011 com um segundo título editado, "Ensine Ciência para Seu Filho" (também de Shermer). Para este ano, a meta é publicar mais dez livros sobre ciência, comportamento, evolução, neurologia e ateísmo.

"Em comum, serão livros que questionam coisas estranhas, tentam provar que elas não fazem nenhum sentido", diz o editor.

As "coisas estranhas" mencionadas por Gambarotto formam um prato cheio para qualquer cético: astrologia, homeopatia, ETs, parapsicologia, tratamentos alternativos de saúde e mais uma longa lista de crenças populares.

O cético, contudo, não é um "chato" ou "cabeça dura de opinião imutável", frisa Gambarotto. "É apenas uma pessoa que usa uma abordagem científica para analisar qualquer tipo de pleito. Não é só desconfiar, é só acreditar após uma prova científica."

Além de Shermer, outros autores de cabeceira do editor são Jared Diamond, Richard Dawkins e Stephen Jay Gould. Todos, é claro, ele gostaria de publicar também, mas até o momento não há nenhum acordo oficializado.

De qualquer forma, é a escola de pensamento que aprendeu a admirar com esses autores que ele pretende difundir no Brasil.

"O brasileiro acredita demais nas coisas. Espera que tudo se resolva por milagre, sem ter que fazer esforço. Quero fazer as pessoas acordarem. Falta desconfiança, falta ceticismo."

Contudo, Gambarotto leva fé no sucesso do selo no Brasil. Um cético esperançoso? "Sim, mas aguardo a prova científica da distribuidora sobre as vendas."

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