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Novo executivo da Amazon planeja vendas em 6 meses

Mauro Widman é contratado para tocar operação de "e-books" no Brasil

Ex-Livraria Cultura, engenheiro eletrônico diz que a empresa será flexível na negociação com editoras nacionais

DE SÃO PAULO

Depois de quase um ano de preparativos para implementar no Brasil seu serviço de venda livros eletrônicos, a Amazon deu o primeiro passo concreto neste sentido, ao contratar o engenheiro eletrônico Mauro Widman, 42, para a função.

Widman, que cuidou nos últimos dois anos do setor de "e-books" da Livraria Cultura, viaja na semana que vem a Seattle (EUA), para treinamento na sede da Amazon.

A empresa pretende apresentar em fevereiro um plano de ação mais detalhado para o país e aprofundar conversas com editora brasileiros.

À Folha, Widman contou que deseja colocar no ar ainda no primeiro semestre deste ano o sistema de vendas online de "e-books", primeiro passo para mais tarde ofertar outros produtos.

Segundo ele, engenheiros americanos já desenvolvem o sistema. O novo contratado será por ora o único funcionário da empresa no Brasil.

O maior nó para o início das operações é a negociação com as editoras. A Amazon -que já fez contatos preliminares aqui por meio do diretor de conteúdo do Kindle, o peruano Pedro Huerta- de início queria definir os descontos sobre os títulos digitais, o que é rechaçado por editores.

"Eles sabem que não poderá ser unilateral, com a Amazon ditando as regras. Será realmente uma conversa com as editoras, para chegarmos a um consenso", diz Widman.

Ele aponta dois entraves principais para o livro eletrônico deslanchar no país. Em primeiro, o conteúdo escasso: "Temos de 5.000 a 6.000 títulos de e-book em português; isso é muito baixo".

A tecnologia das editoras também é limitada. "Só as grandes têm departamentos de informática capazes de dar suporte para desenvolver um produto ainda complexo."

A despeito de que agora Widman estará a serviço de um concorrente de peso, a saída dele da Cultura foi amigável, segundo os donos da livraria paulistana.

"É uma ótima oportunidade para ele", afirmou o presidente-executivo da Cultura, Sérgio Herz.

A contratação pela Amazon de um executivo no Brasil ocorre no mesmo momento em que outra gigante do setor, a Google, prepara a sua entrada no setor de livros eletrônicos no país. (FABIO VICTOR)

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