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Painel das Letras

FABIO VICTOR fabio.victor@grupofolha.com.br

Imortais estatais

A Academia Brasileira de Letras, instituição privada, que paga pelo menos R$ 9.000 mensais aos imortais mais assíduos e se gaba de seu patrimônio, usou verba da estatal Petrobras para editar o "Relatório de Atividades 2011". A publicação de 112 páginas, em papel cuchê e fartamente ilustrada com fotos, faz um balanço das ações da ABL no ano passado e é distribuída entre convidados e visitantes ilustres -uma cota é enviada à petrolífera. Segundo a presidente da casa, Ana Maria Machado, que assumiu em dezembro e foi secretária-geral da gestão passada, o projeto gráfico e a impressão, terceirizados, foram cobertos pelo patrocínio, mas o trabalho dos funcionários da ABL saiu por conta da entidade. Com a casa em recesso, ela não soube informar a tiragem. Disse só que foi "pequena".

Carona no patrocínio

A Petrobras informou que "não patrocina o relatório da ABL, e sim projetos de manutenção de biblioteca e atividades culturais no teatro da instituição". Ana Maria Machado diz que o relatório é exigência da estatal, mas admite que a publicação não trata só das ações patrocinadas pela empresa. Acrescenta que, sem o apoio, seria impossível oferecer ao público atividades no teatro, gratuitas. Nem Petrobras nem ABL divulgam valores. O presidente da casa até dezembro e autor do texto de apresentação do relatório, Marcos Vinicios Vilaça, jogou a bola para a colega: "Este assunto foi conduzido pela secretaria, que tem os dados solicitados".

Repasse

Na visita a São Paulo em dezembro, o Nobel Orhan Pamuk deu a um taxista a Bíblia que lhe foi presenteada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde falou a estudantes. O turco Pamuk, que para muitos é ateu, costuma se definir como um secularista criado na cultura muçulmana, mas sem ligação com religiões.

Fado tropical

A informação vinda de Portugal, país de origem da Leya, de que a editora demitiu funcionários por lá e vai turbinar suas operações no Brasil, terá a princípio reflexos somente na área de livros didáticos. O diretor e editor da unidade de interesse geral da Leya do Brasil, Pascoal Soto, afirma que seu setor continuará com os mesmos 28 funcionários. "Manterei a minha equipe enxuta e a política de trabalhar poucos livros, mas trabalhá-los bem. Queremos crescer só em participação no mercado." O editor planeja publicar em 2012 os mesmos cem títulos lançados no ano passado.

Mil vidas 1 O ano reserva espaço generoso às biografias e autobiografias, filão novamente em alta nas editoras. Nos próximos dias sai pela Benvirá "Stephen Hawking - Histórias de Uma Vida", de Kitty Ferguson, sobre o físico britânico.

Mil vidas 2 A Record lançará uma de Amy Winehouse (escrita pelo pai dela, Mitch Winehouse), obras sobre Jânio Quadros (de Augusto Nunes) e Tocqueville (de Hugh Brogan), além de "A Queda", relato autobiográfico de Diogo Mainardi sobre a relação com o filho que tem paralisia cerebral.

Mil vidas 3 Entre os destaques da Companhia das Letras há biografias de Carlos Marighella (de Mário Magalhães), Getúlio Vargas (abrindo trilogia de Lira Neto) e Carlos Lacerda (de seu neto Rodrigo Lacerda).

Mil vidas 4 A editora trará ainda recortes das vidas de Mick Jagger (Philip Norman), Frank Sinatra (James Kaplan) e Malcolm X (Manning Marable), além das aguardadas memórias de Salman Rushdie. E a Objetiva aposta em Cacá Diegues.

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