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Televisão 'Big Brother' vai do sofá à universidade Reality show apresentado em 42 países chega à décima segunda edição brasileira nesta terça-feira na TV Globo Pesquisadores evitam avaliar qualidade do programa e focam em interatividade e noções simbólicas de poder ELISANGELA ROXODE SÃO PAULO A torcida que se forma para "salvar" alguém do paredão do Big Brother Brasil não atrai só o público no sofá. As disputas na atração -que na terça chega à sua 12ª edição no país- captam a atenção também daqueles nos bancos universitários. "As pessoas têm um poder simbólico de vida e morte no 'Big Brother", diz a pesquisadora Cosette Castro, pesquisadora da Universidade Católica de Brasília, sobre o sistema de votação do público por telefone e pela internet. A interação na rede é o tema de Bruno Campanella professor da pós-graduação em comunicação da UFF (Universidade Federal Fluminense) Ele estuda a comunidade que se formou nas redes sociais durante as últimas temporadas do reality -primeiro programa do país a fornecer conteúdo em várias plataformas, observa. Além do programa diário na Globo, a atração é replicada na TV paga pelo Multishow e tem seu material bruto oferecido 24 horas em pay-per-view e na internet. Para Campanella, isso torna a audiência do programa mais ativa, uma vez que mobiliza comunidades que fogem ao controle da emissora. PELO MUNDO Fenômeno de audiência em todo o mundo, a atração também é estudada em suas versões estrangeiras -são 41. Pesquisadores ficam de olho no "BBB" para teorizar sobre as reações provocadas dentro e fora da tela. Cosette Castro -que se doutorou pela Universidade Autônoma de Barcelona- avalia que a trama e as regras do jogo refletem a sociedade de cada país em que o programa é exibido. Ela conta que os espanhóis se apropriaram do programa para uma causa. "Na Espanha, manifestantes do País Basco já levaram cartazes e fizeram uma manifestação pela libertação de presos políticos em frente à casa." Ela ressalta, também, que em países do norte da Europa, como a Dinamarca, "não se nota tanta preocupação estética como por aqui". Segundo Castro, o formato -criado e licenciado pela produtora holandesa Endemol- faz sucesso em tantos países diferentes porque apresenta participantes em ações ordinárias. Vê-los em funções como lavar a louça faz com que o telespectador identifique, na tela, a própria normalidade. Para ela, a questão não é a qualidade do programa. "A grande discussão é o que faz as pessoas serem seduzidas pelo formato, que tem elementos de telenovela e torna os participantes personagens de si mesmos, a partir de estímulos pontuais da produção", conclui. NA TV
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