Liszt torna música erudita um espetáculo pop
Compositor é protagonista do volume 15 da Coleção Folha, nas bancas no domingo (2/11)
Um dos artistas mais venerados de seu tempo. Uma celebridade global. Ainda, um compositor de vanguarda. De amores por mulheres casadas que antecederam seus dias como abade.
Ou apenas Franz Liszt (1811-1886), tema do volume 15 da Coleção Folha Mestres da Música Clássica que vai às bancas no domingo (2/11).
"Só pelo que fazia com o piano ele já daria um capítulo na história da música, mas foi além e inventou o recital de piano solo tal como o conhecemos", diz Irineu Franco Perpetuo, autor do livro-CD da série.
O jornalista não fala de meros recitais, mas de espetáculos performáticos, em que o músico sozinho no palco arrebatava plateias.
Relatos da época dão conta de um frenesi que se espalhava pelos salões e explodia em palmas e desmaios de mulheres encantadas ou do próprio músico.
"Num certo sentido, não é forçar a barra chamá-lo de artista pop'. Dá para dizer que tinha groupies' e fã-clube", Irineu concorda.
Ao mesmo tempo, o virtuose que decorava partituras e improvisava no palco resolveu sair dos holofotes. Mudou-se para Weimar, Alemanha, que virou a meca da música de vanguarda.
Ali compôs seus 13 poemas sinfônicos. Desses, o CD traz "Les Preludes", "Orpheus" e "Mazzepa". Fecha o disco a "Rapsódia Húngara nº 2", em que o músico flerta com o folclore de seu país.
Os intérpretes no CD são os músicos da Orquestra Filarmônica de Viena, regida por Giuseppe Sinopoli.