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Criadores dizem "sim" à invenção e à liberdade

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Pensar que há uma estética restrita a uma região é crer num reducionismo antiquado na era do fluxo incessante das imagens.

Se há temas próprios, captações de realidades conhecidas, o modo como os jovens cineastas, do Ceará ou de outras partes, os revelam resulta da combinação com referências que já deixaram de ser locais.

O sertão nos filmes de Karim Aïnouz, a condição humana nos de Petrus Cariry ou de Roberta Marques, o percurso no vazio dos Irmãos Pretti e Primos Parente nada têm de exótico ou regionalista.

Eles são o efeito visível de um trabalho bem-sucedido de informação, que casa habilitação técnica e um saber aprofundado pelo cultivo de uma cinefilia focada no presente, passado e futuro do audiovisual.

Para essa geração, o repertório das formas e temas que sustentam a identidade do cinema brasileiro vem se enriquecendo com a reflexão acerca dos recursos e dos modos de produzir significados nas artes contemporâneas.

O que distingue esses novos cineastas, venham eles de Ceará, Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais ou Paraná, é um "não" coletivo ao cinema pronto para ser consumido e esquecido. E um "sim" à invenção, à liberdade e ao risco.

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