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Crítica Drama

Como no xadrez, suspense pode revelar tanto como esconder

CRÍTICO DA FOLHA

Nada é o que parece. A fórmula, que alimenta ficções movidas a enigmas, abastece o jogo de gato e rato de "O Espião que Sabia Demais".

O tema da espionagem, contudo, não se confunde desta vez com a ação incessante e os golpes de emoção das aventuras de agentes como James Bond, Jason Bourne ou do time de Ethan Hunt, de "Missão Impossível".

O primeiro estranhamento imposto ao espectador diz respeito ao ritmo. Fiel ao estilo da literatura de espionagem de John le Carré, esta adaptação do romance de 1974 do autor britânico não chama a atenção com montanhas-russas de peripécias.

Já a transferência temporal para o início dos anos 1970, na Guerra Fria, nos desloca para uma época cuja reconstrução vem redefinida pela memória e imaginação.

O efeito imediato, contudo, é emocional e consiste em imergir o público num estado de observação, em vez da constante excitação.

Só depois de aclimatado torna-se possível seguir os meandros de uma trama conduzida por um roteiro preciso e organizado como sucessão de elipses, recurso que intensifica a experiência.

A eficácia se completa com a frieza exata na direção do sueco Tomas Alfredson (do belo "Deixe Ela Entrar") e no elenco de grandes atores.

Não se trata, porém, de um filme intelectual, mas de uma ficção equivalente a uma partida de xadrez, em que os movimentos das peças podem revelar tanto como esconder. (cássio starling carlos)

O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS

DIREÇÃO Tomas Alfredson
PRODUÇÃO França, Inglaterra e Alemanha, 2011
ONDE Reserva Cultural, Villa-Lobos Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom

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