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Mais vendidos?

Gigantes globais em pesquisa de mercado querem medir vendas de livros no Brasil em 2012; dados imprecisos prejudicam expansão do setor

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
RAQUEL COZER
DE SÃO PAULO

A Nielsen e a GfK, duas das maiores empresas de pesquisas de mercado do mundo, planejam começar a medir as vendas de livros no Brasil ainda neste ano.

Hoje, o mercado brasileiro não é aferido de forma confiável por nenhum instituto do gênero e depende de dados de editoras e livrarias, que nem sempre informam os números verdadeiros.

Num momento em que o mercado editorial brasileiro chama a atenção internacionalmente-a exemplo da aquisição de 45% da Companhia das Letras pelo grupo britânico Penguin-, a falta de dados concretos prejudica decisões editoriais e interfere em seu crescimento.

"Hoje, o processo é impreciso e lento. Só sabemos números de vendas pelas livrarias de forma aproximada", diz Roberto Feith, vice-presidente do Snel (sindicato dos editores) e diretor presidente da editora Objetiva.

"Com a Nielsen, teremos em tempo real a venda por título, o que ajudará a evitar a falta de livros nas lojas e o desperdício de tiragens", diz.

REFERÊNCIA

A empresa americana trabalha para trazer ao Brasil o BookScan, sistema que é referência nos Estados Unidos e no qual se baseiam listas de best-sellers conceituadas como a do "New York Times".

Há três anos, segundo Feith, o Snel pediu à Nielsen um serviço similar ao prestado a editoras e livrarias espanholas. Na época, a empresa informou que não poderia oferecer o serviço aqui.

No fim do ano passado, a empresa americana procurou o sindicato com um esboço de projeto, que deve ser apresentado com detalhes até o final deste mês.

"Já temos o interesse das editoras. Agora analisamos os custos internos. O projeto deve ir para a frente neste ano", disse à Folha uma fonte da Nielsen. A empresa ainda não contatou livrarias -justo o braço do mercado que pode fornecer os principais dados para as análises.

Já a alemã GfK, presente em mais de cem países, afirma estar em "fase bastante avançada" nesse ponto. "Já temos parceria com vários varejistas. Em 2012, começaremos a aferir o mercado de livros no Brasil", disse à Folha José Guedes, presidente da GfK no Brasil.

Uma das lojas parceiras é a Livraria Cultura, que já trabalha com a GfK nas áreas de games e música. A Nielsen também já atua em outros segmentos no país.

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