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Meninas superconectadas

Personagem de cinema revela universo das garotas hackers

Karime Xavier/Folhapress
Lívia Amorim começou a ser hacker aos 12, derrubando sites de pornografia infantil
Lívia Amorim começou a ser hacker aos 12, derrubando sites de pornografia infantil

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Lisbeth Salander é a personagem de cinema do ano. Tatuada, cool e arisca, a hacker que ajuda a desvendar crimes como lavagem de dinheiro e abuso sexual no filme "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres", de David Fincher -com estreia em 27 de janeiro-, joga luzes sobre o mundo das garotas que sabem tudo de programação de computadores. E se divertem fazendo isso.

Há muitas Lisbeths por aí. Algumas preferem o anonimato, outras topam mostrar o rosto, como a paulistana Lívia Amorim, 19.

"Comecei aos 12 anos, tirando sites de pornografia infantil do ar", conta Lívia, para quem personagens como Lisbeth Salander e Trinity, a hacker do filme Matrix, servem de inspiração. Mas com ressalvas. Afinal, elas são personagens de ficção.

"Não é bom alimentar o estereótipo de antissocial e introvertida das hackers, mas Lisbeth é uma de nós, que usa a tecnologia como ferramenta de trabalho", diz a gaúcha Fernanda Weiden, de 29 anos, hacker desde os 14, atualmente comandando a equipe de programadores do Google na Europa.

"Uma hacker tem sempre que pôr o interesse coletivo, de aprimorar softwares e hardwares, acima do individual", diz ela, vacinando as colegas contra a vaidade.

A posição de Fernanda ajuda a romper preconceitos. "Hackear" nem sempre é cometer crimes. É possível ajudar empresas e órgãos públicos a tornarem os seus sites mais seguros, descobrindo brechas por onde ele seria invadido, protegendo dados de clientes e cidadãos. E, apesar de haver uma maioria de garotos hackers, existem muito mais meninas no ramo do que se imagina. E desde muito cedo.

Como a americana de condinome CyFi, de apenas dez anos, que em agosto de 2010 assombrou o mundo dos hackers pela pouca idade e pela façanha de ter quebrado códigos dos sistemas IOS e Android, deixando jogos e aplicativos mais rápidos e fáceis de usar.

ATIVISMO

Ser hacker também é uma forma de fazer política, nem sempre partidária. É o caso do Anonymiss, a célula feminina do Anonymous, grupo hacker mais famoso e poderoso da internet que já protestou derrubando sites de bancos e governos.

"Se você quer mais liberdade, mais poder, mais diversão e provar que mulheres são mais corajosas do que homens, bem-vinda a bordo", é o que diz a mensagem do Anonymiss (www.anonnnews.org)

Para ser uma Lisbeth Salander, basta um computador à mão, uma ideia na cabeça, charme e, como a vida não é um filme, responsabilidade para não cometer delitos. Ela, no caso, ajuda a resolvê-los.

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