Fashion Rio requenta tendências de fora

A temporada de desfiles outono-inverno 2012 do Fashion Rio terminou anteontem com uma penca de tendências requentadas das passarelas internacionais.

Misturadas e remixadas ao gosto local, essas tendências estarão nas lojas dentro de alguns meses. Mas, afinal, de onde vêm essas ideias e será que elas fazem sentido aqui?

O fato é que a maioria esmagadora das grifes se guia por casas de pesquisa chamadas birôs de tendência.

Esses centros recolhem notícias de todos os tipos, lançamentos da indústria cultural, dados econômicos e sociais e, numa espécie de tubo de ensaio, juntam tudo isso, tendo como resultado alguns denominadores comuns que chamam de tendências.

A interpretação dos dados, é claro, segue interesses de diversos grupos e empresas.

A partir dos desfiles do Fashion Rio, a Folha decifra cinco tendências que estão rodando o mundo e que logo podem chegar ao seu closet.

Vovós e santas do pau-oco

Em NY e Paris, Marc Jacobs lançou a tendência da moça de aparência pudica, em sua marca e na Louis Vuitton, ironizando

o resgate de "antigos valores" (em tese) contra o hedonismo excessivo de hoje

Brilhos e bordados

O estoque de miçangas e canutilhos deve estar esgotado depois dessa temporada, em que os bordados brilharam

Orientalismos

A China é hoje o maior consumidor de produtos de luxo, e a moda olha e se inspira nos gostos e hábitos de vestir dos habitantes asiáticos. Tudo bem fantasiado e decorativo

Transparências e vazados

A pele é o tecido mais precioso, e o corpo é como um produto a ser modificado e exibido. Os birôs dão ainda uma explicação política: os clamores pela chamada "transparência", quem diria, foram parar no guarda-roupa

Pelerines

Grifes inglesas como Burberry mostraram pelerines nos desfiles do inverno passado. A peça, imortalizada pela rainha Vitória, simboliza a realeza. No Fashion Rio, grifes como OEstudio e Acquastudio embarcaram de gaiatos na tendência britânica