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Opinião

Ainda mais chato do que o Oscar, evento trocou mérito artístico por popularidade

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

A cerimônia de entrega do Globo de Ouro, ocorrida na noite de domingo em Los Angeles, nos EUA, leva a algumas conclusões.

A primeira é que não existe um claro favorito a levar os principais prêmios do Oscar. A julgar pelos resultados de domingo, as estatuetas devem ser pulverizadas entre os principais concorrentes.

A segunda é que o Globo de Ouro se firma, cada vez mais, como um prêmio que privilegia a popularidade e a celebridade em detrimento do mérito artístico.

Artistas "amigos" da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood -formada por 93 jornalistas não americanos- costumam ter mais chances de ganhar.

Fica claro também uma tendência em premiar celebridades. Será a busca pela audiência de TV?

Na maior parte das categorias, venceram os artistas mais famosos. Madonna (melhor canção original), Steven Spielberg (melhor animação), George Clooney (melhor ator de drama), Meryl Streep (melhor atriz de drama), Woody Allen (melhor roteirista), Kate Winslet (melhor atriz de minissérie) etc.

PIADAS GENÉRICAS

Alguém explica como Martin Scorsese ("A Invenção de Hugo Cabret") pode ser premiado como melhor diretor, vencendo Michel Hazanavicius ("O Artista") e Alexander Payne ("Os Descendentes"), que dirigiram as obras vencedoras dos prêmios de melhor filme? Scorsese é um grande diretor, mas não é estranho?

Como evento televisivo, o Globo de Ouro consegue ser ainda mais chato do que o Oscar. Sem o orçamento de seu primo rico, o Globo de Ouro, com os convidados sentados em mesas, parece uma versão rica de "Almoço com as Estrelas", o programa que Aerton Perlingeiro apresentava nos anos 1970.

Nem Ricky Gervais, que apimentou a cerimônia do ano passado com piadas que irritaram os astros, teve liberdade dessa vez.

Claramente podado pela organização do evento, que só não o tirou do posto de apresentador por causa da audiência, limitou-se a piadas genéricas e não pegou pesado com ninguém.

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