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Crítica minissérie

'O Brado Retumbante' reúne coincidências do passado político e caricaturas da vida real

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

O protagonista de "O Brado Retumbante", série da Globo que estreou na terça, é bom demais para ser verdade. Só na ficção ele seria tão Quixote no combate à corrupção, apartidário e infenso a pressões políticas.

Paulo Ventura (Domingos Montagner) virou presidente da República quando o titular e seu vice morreram num acidente de helicóptero.

Cheio de amantes, aparentemente engravidou uma delas e teve de implorar à mulher, Antônia (Maria Fernanda Cândido), para aceitá-lo de volta. Professora universitária, Antônia tem caráter e personalidade. Qualquer semelhança com a ex-primeira dama Ruth Cardoso não deve ser mera coincidência.

As caricaturas da vida real se multiplicam: presidentes mulherengos; a morte de Tancredo Neves; a queda do helicóptero de Ulysses Guimarães; um senador baiano gordo, bajulador de presidentes e chegado a uma moça jovem e bonita. ACM?

Não falta, claro, a velha raposa que entrou na política cheia de boas intenções e enveredou pelos esquemas: o ministro da Justiça (José Wilker), que certamente infernizará o mandato de Ventura.

Mas nem só de passado vivem as "coincidências". O presidente por acaso reclama dos ministros, a sua "herança maldita": "É um governo podre, cheio de gente que deveria estar na cadeia".

Há os ministérios "da adolescência", da "igualdade racial", "da diversidade racial", "da economia informal", "da pesca fluvial"... Tudo para acomodar "os aliados".

A capital voltou para o Rio, mas um Rio de novela, até com um trânsito excelente!

O fim do capítulo mostra a solidão do poder: o presidente toca "Aquarela do Brasil" em seu clarinete. Taí, algum presidente de verdade tocava clarinete?

NA TV
O Brado Retumbante
Minissérie em oito capítulos
QUANDO de ter. a sex., por volta das 23h, na Globo
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom

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