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O samba da Marilu

Filha caçula de Tom Jobim, e tema de canção do compositor, Maria Luiza prepara CD com a banda Baleia, que mistura jazz e afrobeat

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Aos sete anos, quando participou da gravação de "Samba de Maria Luiza", a filha caçula de Tom Jobim (1927-1994) não fazia ideia do quão longe a música do pai já havia chegado.

Dezoito anos depois e hoje vocalista da banda carioca Baleia, a ideia exata desse alcance se reafirmou para ela em "A Música Segundo Tom Jobim", filme de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim que estreia hoje nos cinemas.

"É bonito ver a música dele correndo o mundo até hoje. O filme é uma homenagem muito delicada e emocionante", disse ela à Folha, um dia depois de assisti-lo. "Ainda estou digerindo tudo aquilo."

Aos 24 anos, Maria Luiza trilha o caminho inescapável da música que herdou, como aconteceu com o irmão mais velho, Paulo, e o sobrinho Daniel -com quem gravou em 2006 uma versão de "Wave" para a novela "Páginas da Vida", da Globo.

Em 2010, com seis amigos dos tempos de escola, ela formou a banda com nome de cetáceo. O grupo, que tem Sofia Vaz e Gabriel Vaz (vocais), David Rosenblit (piano), Felipe Pacheco (violino e guitarra), Cairê Rego (baixo) e João Pessanha (bateria), começou a carreira tocando standards de jazz.

Aos poucos, o leque de influências se abriu.

"A nossa música não é só jazz. As composições mais recentes têm pendido para o rock, a música pop e até o afrobeat", explica ela, sempre ressaltando a coletividade das criações, se negando a assumir papel de destaque por conta do sobrenome.

É uma forma de amortecer a cobrança inevitável -e indevida- comum a parentescos desse tipo, além de ressaltar os colegas, todos jovens e músicos talentosos.

David, por exemplo, é filho de Alberto Rosenblit, que nos anos 1980 acompanhou expoentes da MPB como Nara Leão e Simone.

"Estamos tocando sem pressa, trabalhando as canções que compusemos e criando os arranjos para, daqui a pouco tempo, gravarmos um EP", conta ela sobre o disco que deve sair ainda este ano.

Sem gravadora, a Baleia divulga suas canções na internet e tem feito pequenos shows no Rio de Janeiro.

O clipe da música "Killing Cupids" (composição da banda), dirigido por Nicolas Bro e lançado sem alarde em outubro do ano passado, se aproxima de 20 mil visualizações no YouTube.

O tal leque de referências musicais da banda tem de tudo um pouco. Radiohead, Fela Kuti, Erroll Garner, Justin Timberlake, de quem a banda toca uma versão jazzy-disco de "What Goes Around Comes Around", e Britney Spears, que ganhou uma releitura de "Toxic". Já não é só o samba de Maria Luiza que é bonito como o quê.

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