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Mostra de Tiradentes aposta em novatos

Entre hoje e o dia 28, serão exibidos 116 filmes; mostra competitiva reúne sete longas de jovens cineastas do país

Neste ano, evento recebe olheiros de Cannes e Veneza em busca de nomes promissores da produção nacional

MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO

A 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG) abre hoje o calendário brasileiro de festivais disposta a se consolidar como celeiro de jovens cineastas e vitrine para o exterior dessa nova produção. Para isso, apresentará 116 títulos, com os quais espera atrair 30 mil pessoas até o próximo dia 28.

Olheiros de festivais internacionais de cinema como Cannes, San Sebastián e Veneza irão à cidade mineira em busca de filmes de diretores novatos para exibir sobretudo em suas mostras paralelas. A visita da delegação estrangeira de programadores acontece desde 2009, quando se celebrou o Ano da França no Brasil.

"Eles querem o novo, desejam descobrir cineastas. Querem apadrinhar, a exemplo do que ocorreu com o cinema romeno contemporâneo em Cannes", afirma o curador Cléber Eduardo.

Na quarta-feira, os convidados estrangeiros participarão de um debate sobre a imagem do cinema brasileiro no exterior, onde "Cidade de Deus" parece ainda ser a grande referência da última década.

Apesar de ter selecionado trabalhos inéditos de nomes famosos, como o filme de abertura "Billi Pig", de José Eduardo Belmonte ("A Concepção", "Se Nada Mais Der Certo") e estrelado por Selton Mello (homenageado da vez), a curadoria diz estar cada vez mais dedicada a encontrar novos talentos.

FOCO NAS ESTREIAS

Em sua quinta edição, a mostra competitiva Aurora exibe obras de diretores com até dois longas-metragens.

Cléber Eduardo explica que, enquanto festivais como os de Brasília, Paulínia e Rio dão mais visibilidade a películas inéditas de diretores consagrados, Tiradentes se distinguiu ao mirar a base da produção cinematográfica nacional: obras de estreia de realizadores.

"Com o maior acesso a tecnologias e ferramentas, há uma nova geração que vai se reciclando e, a cada ano, há uma base maior. É só ver a quantidade de cursos de cinema e workshops se espalhando pelo país", afirma ele.

Segundo Raquel Hallak, coordenadora-geral de Tiradentes, esse critério de inscrição contribuiu para o surgimento de coletivos de novos cineastas, que trabalham em esquema de rodízio e de forma colaborativa.

"É uma produção totalmente independente que acontece em lugares como Minas, Rio e Ceará. O diretor de fotografia de um filme dirige o trabalho seguinte, faz o roteiro, produz", conta.

Filmado com R$ 10 mil, o longa "A Fuga da Mulher Gorila", de Felipe Bragança e Marina Meliande, foi exibido na mostra Aurora de 2009 e levou naquela ocasião o prêmio do júri jovem.

No ano seguinte, a dupla carioca viu o filme "A Alegria" ser selecionado para a Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes.

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