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Dinheiro público dá segurança a sinfônicas no Brasil

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As grandes sinfônicas brasileiras estão protegidas contra a crise financeira que atinge uma parte de suas congêneres americanas. A razão é simples: elas dependem sobretudo dos cofres públicos, e não das doações privadas, que oscilam segundo as marés da economia.

A Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) tem para este ano um orçamento de R$ 83 milhões, dos quais 64% chegarão do governo estadual. A Filarmônica de Minas Gerais gastará R$ 19,3 milhões, e 87% serão dotações do governo mineiro.

A proporção do dinheiro público é bem menor na Orquestra Sinfônica Brasileira.

Seu orçamento é, por enquanto, de R$ 33 milhões. Apenas R$ 6 milhões serão dados pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Mas a OSB é historicamente sustentada pela elite empresarial carioca.

A rigor, as doações privadas saem indiretamente dos tesouros oficiais. Por causa da Lei Rouanet, são impostos que deixam de ser recolhidos.

Na Osesp, por exemplo, há 17% de patrocínio de pessoas físicas ou jurídicas. Mas só 1% é dinheiro que não se beneficia de incentivos fiscais.

No orçamento das três principais sinfônicas, convém desfazer um engano. A venda de ingressos e assinaturas tem um peso pequeno. Na Filarmônica de Minas, ele é de 3,8%. No caso da Osesp, ingressos e mais o aluguel da Sala São Paulo para eventos pesam somente 19%.

A Prefeitura de São Paulo financia as duas orquestras do Theatro Municipal.

A dependência dos orçamentos oficiais tem como exceção a Bachiana, do maestro João Carlos Martins. É uma orquestra de tamanho menor, mas que se beneficia desde 2010 de acordo com o Sesi, entidade mantida pelo empresariado paulista.

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