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Made in Brazil

Nova lei da TV paga, aumento do número de assinantes do serviço e acesso sob demanda promovem produção nacional

Divulgação
O ator Norival Rizzo, o policial Horácio na série "9 MM: São Paulo" da Fox
O ator Norival Rizzo, o policial Horácio na série "9 MM: São Paulo" da Fox

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

Quando a Band afastou Rafinha Bastos por uma piada, abriu a porta para o desconhecido. Na entrada do ano, o comediante fechou com o Netflix -serviço de vídeo por demanda, recém-chegado ao país- e estreou três especiais de "stand-up".

A contratação deve ser anunciada hoje pela programadora de TV paga Fox, que investe em conteúdo nacional para ser concorrente de fato da Globosat. "Ainda não posso comentar", diz Marcelo Cataldi, vice-presidente da Fox Brasil.

Rafinha é parte de um movimento maior da TV por assinatura em 2012, cujos motores são a nova lei da TV paga, a maior competição tanto entre programadoras como operadoras e o avanço do vídeo por demanda, via web.

MOMENTO NACIONAL

A Fox estreia o Fox Sports no dia 5 e enfrenta resistência de operadoras que controlam a TV paga, Sky (satélite) e Net (cabo), que pertencem a grupos associados à Globo. Anunciou que seu canal Speed dará lugar ao de esportes -que tem exclusividade da Libertadores na TV paga.

Na última sexta, o "Meio & Mensagem" noticiou que a Fox deu novo passo ao comprar o BandSports, que tem direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres com SporTV, da Globosat, e ESPN, da Disney. A concorrência fez o SporTV escalar Galvão Bueno para os jogos.

A aposta no Fox Sports "por si só já sinaliza que a perspectiva é muito boa para a TV paga", diz Cataldi.

A Fox investe no país em resposta ao aumento de demanda por TV paga, que credita "em boa parte" à classe C, que agora tem "condições de experimentar [a TV por assinatura] e está gostando".

O novo canal "está alinhado com o momento da TV por assinatura", diz Cataldi. Em 2011, a Fox já lançou o Bem Simples, "100% produção local", e fez as séries "9 MM" e "Bicho Papão", o documentário "Across the Amazon" e programas como "O Guia", de gastronomia, "sucessos" de outros canais seus.

Mas esporte é o foco em 2012. "Os anos pares tendem a ser anos em que a TV paga tem ganhos de participação no bolo publicitário, em função de grandes eventos como os Jogos Olímpicos", diz Alberto Pecegueiro, presidente da Globosat. "A perspectiva é manter em 2012 um crescimento do faturamento acima da média do mercado."

Ele diz que a nova lei da TV paga (12.485), que entra em vigor neste ano e estabelece cotas de conteúdo nacional, "vai acelerar o processo, principalmente nos canais internacionais", de maior atenção à produção brasileira.

Pecegueiro critica o que avalia como "benefício" ao programador internacional de TV paga: normas fiscais estipulam que, "do imposto sobre a remessa de dinheiro, parte pode ser usada para produzir conteúdo no país", o que favoreceria Fox, HBO e Turner. "O programador brasileiro fica em desvantagem. Toda a nossa produção é feita com dinheiro de verdade."

Neste ano de mais concorrência, o grande lançamento da Globosat é o canal infantil Gloob. A nova programação só entra no ar depois do Carnaval.

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