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Brasileiro veterano exibe em Sundance seu primeiro longa

"A Cadeira do Pai" tem o ator Wagner Moura como protagonista

FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A PARK CITY, UTAH

"Como você vê, não sou nenhuma criança", responde com uma risada o diretor Luciano Moura, 48, sobre os desafios do primeiro longa-metragem, "A Cadeira do Pai", um filme de estrada protagonizado por Wagner Moura.

A estreia veio em grande estilo, no final de semana, na competição do Sundance Film Festival.

Wagner (sem parentesco com o diretor) faz o médico Theo, que, no meio de uma crise com a mulher, precisa procurar o filho adolescente que foge de casa. Aos poucos, detalhes da fuga vão surgindo, como o aparecimento de um cavalo, a travessia por dois Estados e uma série de personagens pitorescos.

"Theo é o cara que tenta fazer tudo certo, que tenta controlar a vida, mas tudo desmorona ao seu redor. O desaparecimento do filho é um xeque-mate", disse à Folha Luciano, que também assina o roteiro, ao lado da mulher, Elena Soárez.

"O filme tem o thriller, porque a gente não sabe se o menino está vivo, e tem a viagem interna do Theo", afirma.

Luciano, que nasceu em São Paulo e mora no Rio, tem na bagagem um curta premiado, "Os Moradores da Rua Humboldt", direção de alguns episódios da série "Filhos do Carnaval" e muitos filmes de publicidade, na O2, de Fernando Meirelles, produtor de "A Cadeira do Pai".

"O desafio principal é cumprir. Cruzar a linha final. E cruzar bem", disse.

Para Wagner, o filme prova a diversidade do cinema brasileiro: "Este filme não se encaixa no que se vê do Brasil nos festivais internacionais", disse. "Não discute questões políticas ou diferenças sociais. É um filme sobre a gente aqui, sobre um filho. Os argentinos já fazem isso há um tempão."

É a segunda vez de Wagner em Sundance, após "Tropa de Elite 2" em 2011. A primeira visita rendeu frutos: foi escalado para seu primeiro filme internacional, a ficção científica "Elysium", de Neill Blomkamp ("Distrito 9"), cujas filmagens terminaram.

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