Crítica filme na TV
Atriz Alessandra Negrini é destaque de 'Abismo Prateado'
Um fenômeno pouco frequente é ver uma atriz que se tornou estrela pela TV à vontade no cinema. Tome-se o caso de Glória Pires. É capaz de fazer filmes muito bem, mas parece que está louca para voltar para as novelas.
Não é o que transmite Alessandra Negrini. Ela pode se arriscar ao ponto de fazer uma Cleópatra para Julio Bressane e pode ser a infeliz Violeta, que o marido larga sem nenhuma explicação (talvez o início seja o melhor do filme) em "Abismo Prateado" (2010, 16 anos, Cinemax, 20h), de Karim Ainouz.
Não é o que Ainouz produziu de melhor: trata-se, aliás, de uma produção relativamente modesta, centrada numa atriz só, com alguns comparsas pouco desenvolvidos surgindo aqui ou ali para acompanhar a atônita e solitária Violeta.
Mas é inegável que dá certo prazer ver uma estrela (e boa atriz, no mais) dedicar-se ao seu papel e fazer o personagem viver.