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Televisão Em ascensão, telefilme une cinema e TV ANNA VIRGINIA BALLOUSSIERDE SÃO PAULO Ninguém dava muita bola para o telefilme. Nos Estados Unidos, esse híbrido de TV e cinema até que faz bastante sucesso -é reconhecido em premiações como Globo de Ouro e Emmy. Por aqui, só agora os longa-metragens feitos para televisão começam a pegar. "Você trabalha com linguagem cinematográfica e boa liberdade em termos de conteúdo. E seu filme ainda vai ser visto por muito mais gente na TV", afirma Mauro Baptista. Em edital da TV Cultura e da Secretaria de Cultura de São Paulo, ele recebeu R$ 600 mil para fazer "A Performance" -estreia do Brasil na competição de ficção do Fipa, festival de programas audiovisuais que termina hoje em Biarritz (França). 'TIMING' O momento parece mesmo propício para a ascensão dos telefilmes: com nova lei saindo do forno, a TV paga deve ser obrigada a preencher parte de seu horário nobre com conteúdo brasileiro. "O cálculo que se faz mostra que isso vai triplicar o investimento no audiovisual brasileiro", diz Jorge Furtado, que dirigiu o telefilme "Homens de Bem" em parceria com a Rede Globo. O produto é bom exemplo de por que o formato tem conquistado a simpatia dos cineastas. Aos poucos, dilui-se o preconceito de que "fazer TV" e "fazer cinema" são, respectivamente, baixo e alto clero do audiovisual mais autoral. Furtado, por exemplo, finalizou a gravação em 15 dias. Conseguiu, assim, escalar nomes difíceis na telinha, como Rodrigo Santoro -ocupado com a carreira internacional. A duração, próxima à de um longa de cinema, também pesa. Eis um caso em que tamanho é, sim, documento, segundo Furtado. "Histórias com menos tempo, 30 minutos, têm que beirar o clichê, se aproximar de caricaturas." Para Guel Arraes, diretor do núcleo global responsável por "Homens de Bem", é natural que TV e cinema passem a caminhar lado a lado. "Filmes nacionais têm chamado bastante atenção, com bons resultados de audiência. A ideia do telefilme, então, surge naturalmente na televisão." 'KNOW-HOW' Enfim, segundo Arraes, "nós temos condições para produzir telefilmes". Isso graças ao "'know-how' de experimentações com sitcoms, minisséries e seriados, como 'Ó Paí, ó' e 'Mulher Invisível'". Se a TV "sabe chegar à melhor relação entre custo e benefício em suas produções, o 'know-how' de cinema pode vir de fora, a partir das parcerias com produtoras", de acordo com o diretor global. A Record também abriu essa janela em sua programação. Desde 2008, juntou-se a produtoras independentes para exibir telefilmes relacionados à literatura brasileira. No fim do ano, foi a vez de "O Madeireiro", baseado em conto de Aluísio Azevedo, e "O Menino Grapiúna", sobre a infância de Jorge Amado. Produtora de "O Madeireiro", a Contém Conteúdo tem dois telefilmes, inspirados em João do Rio e Carlos Heitor Cony, que ainda não foram negociados com emissoras. A Folha apurou que o SBT também planeja investir no formato, pela SBT Filmes. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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