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Houston conduz pesquisa sobre obra do artista

ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON

Num laboratório do departamento de restauro do Museu de Belas Artes de Houston estão latas de tinta encontradas no ateliê de Hélio Oiticica com anotações nos rótulos sobre seus processos de criação.

De certa forma, quase toda a obra de Oiticica já passou pelas mãos de Wynne Phelan, chefe de conservação do museu.

"Somos os nerds da arte", conta Phelan à Folha. "É preciso ser cientista e conhecer arte para acessar informações históricas presas em restos de tinta."

Quando Houston fez a primeira retrospectiva internacional do artista, há seis anos, Phelan foi escalada para restaurar as peças da exposição, como a "Série Branca", que depois pegaria fogo no incêndio que consumiu o espólio do artista no Rio em 2009.

Duas obras dele ainda estão em Houston, um "Metaesquema" e um "Relevo Espacial" comprados há cinco anos no pacote completo da coleção de Adolpho Leirner, um dos maiores acervos do concretismo brasileiro, pelo museu norte-americano.

Agora, Phelan e sua equipe estudam a fundo os materiais usados por Oiticica em seus quadros, na tentativa de reverter o impacto de intervenções equivocadas e saber como proceder caso reparos sejam necessários no futuro.

Usam radiografias e uma máquina capaz de identificar os elementos químicos na composição.

"Ele usava muito o vermelho, é por isso que há grandes quantidades de mercúrio em seus quadros", afirma Phelan. "Hélio construía tudo em camadas; mesmo as coisas mais simples são, na verdade, complexas." * (SM) *

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