'Não faço festival para críticos', diz Roberto Medina
Mesmo tendo organizado a edição com a escalação mais fraca da história do Rock in Rio, a vice-presidente do evento, Roberta Medina, afirma que o festival foi um sucesso.
Ela defende que há poucos artistas no mercado internacional que seguram plateias de 85 mil pessoas –lotação diária do evento– e que a resposta do público à programação foi positiva.
"A nota média de quem foi ao primeiro fim de semana foi 9,4, ou seja, as pessoas estão felizes com as principais atrações", diz a empresária. "As bandas que vêm são as que as pessoas querem ver, e é isso que a gente quer."
Em entrevista coletiva durante o início da programação deste domingo (27), Roberto Medina, idealizador do festival e pai de Roberta, corroborou o argumento da filha.
"Não faço show para o crítico, faço para as pessoas gostarem. Isso aqui é uma festa." Ele também afirmou que gostaria de diminuir o número de ingressos disponíveis ou expandir a Cidade do Rock para facilitar o trânsito de pessoas durante as próximas edições do festival.
A primeira alternativa poderia encarecer o ingresso e, por isso, a decisão encontra resistência dentro da equipe que organiza o evento. As edições do Rock in Rio de 2017 e 2019 já estão confirmadas.
FANTASMAS
Problemas na escalação das bandas ficaram evidentes na sexta (25), dia de som pesado que teve Faith No More e Slipknot como principais atrações. A Cidade do Rock virou uma cidade fantasma.
Roberta diz que todos os ingressos foram vendidos e atribui a baixa de público às entradas promocionais, distribuídas pela organização a patrocinadores e parceiros.
A venda e distribuição de tíquetes para o Rock in Rio é uma caixa-preta, e a organização pretende mantê-las assim. Ela diz que não divulgará dados de público por questão de sigilo contratual.
A vice-presidente do festival ainda afirmou que a crise econômica afetou, sim, as contas do evento, que tem 40% do seu orçamento feito em dólar. Com a alta da moeda americana, alguns contratos com fornecedores tiveram que ser renegociados.
Mas, segundo ela, o impacto foi minimizado porque a organização se antecipou à crise: a venda de ingressos começou cedo e os patrocínios já haviam sido negociados.