Walt Disney recriou sua experiência com cães em animação

Quando Walt Disney fez a abertura de "A Dama e o Vagabundo", ele já tinha visto aquela cena em sua casa.

Para o filme, ele recriou uma manhã de Natal, quando levou um cão para presentear sua mulher, Lillian.

"Era 1927 ou 1928. Eles estavam casados havia alguns anos e ele levou um cachorro para casa numa caixa de chapéu. Mas, primeiro, pesquisou, para escolher um que não fizesse muita bagunça", conta sua filha Diane Disney Miller, 78, falando à Folha por telefone, de San Francisco.

"A Dama e o Vagabundo", agora relançado em edição especial, está recheado das experiências de Walt Disney (1901-66) com cachorros -seja nos extras ou no próprio filme. "Papai chamou de Lady [Dama, como no longa] o segundo animal que comprou."

Ela define o ano de 1955, quando foi lançada a animação, como "ocupado" e "produtivo" para seu pai. Era inaugurada a Disneylândia.

Em um dos extras do DVD, Diane descreve a casa que Walt construiu no parque, acima do Corpo de Bombeiros, e diz que ele adorava sanduíches de queijo -daí permanecer lá em exposição a sanduicheira que usava.

Há dois anos, Diane criou sua própria Disney com ajuda do filho Walter. O Walt Disney Family Museum fica em San Francisco, onde ela reformou um presídio para exibir a herança do seu pai: muitos esboços, fotos, objetos, troféus e cenários de filmes.

"Ainda não temos muitos desenhos de 'A Dama e o Vagabundo'. Mas estão lá, por exemplo, esboços do charmoso momento em que os dois comem macarrão."

A versão em Blu-ray reúne algumas cenas cortadas da animação. "Continuam encontrando novas coisas do meu pai. Por isso cuidar desse museu é tão interessante."