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Céu lança disco temático e se aventura por outros ritmos

"Caravana Sereia Bloom" apresenta experiências na estrada

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

A expressão "sair da zona de conforto" para Céu, 31, inclui vários sentidos. Em suas palavras, o que melhor traduz esse estado de espírito é o clima que precede suas viagens pelo país, ou mundo afora, uma constante desde que causou impressão no cenário musical, em 2005, quando estreou com um álbum que levava o seu nome.

Mas a expressão também cai bem com o atual momento da cantora, que apresentou nesta semana "Caravana Sereia Bloom", um trabalho bastante diferente dos dois lançamentos anteriores, calcados na mescla de samba, MPB e ritmos jamaicanos.

Além de experimentar com outros ritmos, o novo CD é temático: traz letras permeadas por vivências na estrada.

"Todas as músicas estão ligadas a esse tema. São causos, contos. A ida, a volta de uma viagem. A imagem de um karaokê de beira de estrada", explica Céu.

Essa jornada, afirma, acabou traçando também uma "geografia musical" para a obra. "É como se estivesse saindo de São Paulo, cruzasse o Nordeste, o Norte. Percorresse a fronteira e me aventurasse por países do Caribe e da América Central."

Desta região, aparece o rocksteady "You Won't Regret It", de Lloyd Robinson e Glen Brown, no qual Céu retoma a malemolência jamaicana que dominou seu segundo lançamento, "Vagarosa".

Já do Norte, vem a pegada brega de "Retrovisor", canção cujo videoclipe sintetiza outra intenção, segundo Céu, a de ter um personagem para cada canção.

No vídeo, a cantora perambula por uma via expressa, em cenas que incluem uma performance solitária num karaokê decadente.

"É um disco que tem um sentido estético e também imagético", fala Céu, destacando ainda a influência do cinema de Michelangelo Antonioni, que inspirou o filmete e a arte de "Caravana".

Outro italiano, Federico Fellini, moldou sua versão para "Palhaço", samba de Nelson Cavaquinho que se tornou uma valsa com a participação do pai de Céu, Edgard Poças, ao violão.

"Foi muito emocionante gravar com ele", diz. "Queria fazer 'Palhaço' num clima 'felliniano' e só meu pai poderia me entender nisso."

O flerte com o cinema se acentua pela escolha do produtor, seu marido, Gui Amabis, autor de trilhas sonoras para filmes.

Sua participação também se insere na perspectiva de tirar Céu de sua área de segurança, já que os dois primeiros CDs foram elogiados pela produção de Beto Villares.

Céu é evasiva ao comentar o fim da parceria. "O Beto é muito elegante, mas resolvi fazer com o Gui."

"Caravana" é também o trabalho que mais tem letras de outros compositores, entre eles, Lucas Santtana e Jorge Du Peixe, além de diversas faixas em inglês.

De olho nas paradas internacionais? "Não penso no mercado", afirma. "Canto em inglês porque é uma língua muito musical, como o português. Minha relação com a música é de honestidade."

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