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Crítica

Manoel de Oliveira usa filme para questionar a fotografia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não é pouco estranho "O Estranho Caso de Angélica" (Cinemax, 22h, 12 anos). Começa pela busca de um fotógrafo, no meio da noite, para registrar o rosto da jovem que acaba de morrer.

Ele faz seu trabalho, por estranho que seja. Mas isso é apenas o começo.

Segue-se o enorme fascínio que as próprias fotos exercem sobre o rapaz. Trata-se de uma paixão, sem dúvida. Mas dizer isso é pouco.

Trata-se de uma paixão pelas imagens que ele produziu. Como se nunca houvesse existido Angélica, só sua imagem. Como se as fotos de Angélica pudessem tomar o lugar de sua vida.

O estado delirante em que mergulha o rapaz, além de criar um belo filme, nos remete não a um caso de narcisismo, mas a um questionamento da própria imagem fotográfica, esse duplo tão perigoso da vida.

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