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Vida de calouro

Liberdade, amigos e mais conhecimento: o mundo novo de quem entrou na universidade

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Na maioria das universidades brasileiras, o ano letivo começou há uma semana. Se você é um calouro, já teve tempo de limpar a mistura de tinta, farinha e ovos do trote.

Mas e o que vem agora? Pelo menos quatro anos de universidade podem ser dos mais ricos e divertidos.

O desafio é equilibrar uma escolha, que pode ser para o resto da vida, com a liberdade do começo da vida adulta e as responsabilidades que vão surgindo.

Para a baiana Fernanda Caldas, 18, um mundo de possibilidades se abriu desde o fim do ano passado, quando ela recebeu o resultado dos quatro vestibulares em que foi aprovada.

"Não sei o que esperar do futuro. É tanta coisa nova!", se entusiasma ela que vive em Feira de Santana (BA). Fernanda vai cursar engenharia elétrica na Universidade de Campinas (Unicamp), e morar em uma pensão com outras cinco calouras.

"Acho que vai ser bom, vou aprender a me virar", diz ela. Se "virar" pode ser cozinhar, administrar o próprio dinheiro e respeitar a privacidade dos colegas de pensão.

TUDO MUDANDO

Morar sozinha ou com colegas não passa pela cabeça da paulistana Luíza Kon, 18: "Pretendo continuar na casa dos meus pais até o fim da faculdade", diz.

As aulas de comunicação multimeios, curso para o qual ela foi aprovada na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, já começaram.

"Fiquei na fila de espera do vestibular da Faculdade de Arquitetura (FAU-SP)."

Mudar de curso é algo que o calouro está sujeito caso não se adapte ou o curso não seja o que se esperava.

"Pais e estudantes têm de ter uma coisa em mente: a desistência é normal. Se não gostou ou não se adaptou, tem mesmo é que mudar. E a universidade deve ajudar nessa escolha", diz a pedagoga Sônia Perin, diretora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

É o que pensa a paraibana Andresa Lima, 19, aprovada em medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB): "Se não gostar, vou procurar um curso que me satisfaça."

Por se tratar de um conhecimento mais complexo e aprofundado do que o do Ensino Médio, pode ser que ocorra um estranhamento inicial. "Essa barreira pode ser vencida com dedicação e estudo", diz Perin.

POLÍTICA E AMIGOS

É nessa época que, em geral, se dá o primeiro contato com alguns modelos de militância política.

Participar de centros acadêmicos e bases de pesquisa são formas de se envolver com a comunidade e lutar por direitos. "Ser monitora de aulas é um dos meus planos para assim que as aulas começarem", diz Andresa, que prefere isso a fazer parte de alguma agremiação política.

Se o interesse for pelo mercado de trabalho, fazer estágio é uma boa ideia. Nem sempre o trabalho é remunerado -ou o salário é curto-, mas ajuda a conhecer mais a profissão.

Na escola, na república ou no estágio, novos amigos serão feitos e, aos poucos, o contato com colegas do colegial pode se perder.

Nesse caso, a internet é um bom meio de fortalecer os laços. E manter todo mundo atualizado sobre as novidades da vida de calouro, que são muitas e já começaram.

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