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Crítica show Garotos tímidos do Black Keys fazem som alto e vibrante LÚCIO RIBEIROCOLUNISTA DA FOLHA, EM LONDRES Dando impressão de que ainda não entendia muito bem o que estava ocorrendo, a dupla americana The Black Keys subiu na sexta passada ao palco do Alexandra Palace, em Londres, e logo começou a tocar, sem falar nada. O lugar é um ex-palácio real transformado em casa(rão) de shows, em que cabem 10 mil pessoas. E, para ver o Black Keys, os ingleses deram cabo dos ingressos para três shows há tempos. Vistos como uma espécie de "antibanda", os dois garotos tímidos de Ohio, meio avessos ao sucesso e que usavam barbas imensas até poucos anos atrás, chegaram para o tour inglês saudados pela imprensa local como "salvadores do rock". Duo de guitarra e bateria tocando punk blues, sempre tiveram uma carreira respeitável na cena indie. Mas, depois do álbum de 2010 e principalmente agora com o sétimo, o ótimo "El Camino", de "antibanda" o Black Keys virou "superbanda". E isso parece está-los assustando. "Olá, nós somos o Black Keys, de Akron, Ohio", disse o guitarrista Dan Auerbach, depois de já terem despejado umas três canções de guitarra alta e bateria vibrante na cabeça dos ingleses. "Este é meu parceiro Pat Carney, na bateria", anunciou -como se a banda precisasse ser introduzida depois de dez anos de carreira e passagens por "talk shows" americanos, capa da "Rolling Stone", número 2 da parada da "Billboard", atração top do Coachella 2012 e show no Madison Square Garden, em Nova York, com entradas esgotadas em 15 minutos. Com músicos de apoio para engrossar o som, agora para "as massas", a banda agitou o palácio inglês e, acredite, provocou saltos sincronizados da plateia com blues. A dupla parece não estar entendendo muito bem o que está acontecendo. Mas seus fãs sabem direitinho o que é.
THE BLACK KEYS |
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