Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

Clima de nostalgia marca Semana de Moda de Paris

Principais desfiles do evento fazem releituras criativas de tendências

A elevação do que antes era kitsch ou até brega à alta roda fashion experimenta um retorno com força total

VIVIAN WHITEMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

A Semana de Moda de Paris começou na última terça em clima de festa na França. O país comemora o Oscar de "O Artista", e os atrasados fazem fila nos cinemas que voltaram a exibir a produção.

Fala-se, inclusive por conta do filme, de uma certa nostalgia no ar. Na moda, isso pode significar muitas coisas, inclusive uma nostalgia de algo que mal teve tempo de ficar no passado.

Até agora, o principal desfile foi o da Balenciaga. Nicolas Ghesquière fez uma leitura interessante desse sentimento de saudade do ontem, do "agorinha há pouco", característico desta geração.

As nerds da grife se vestem com formas geometrizadas, silhuetas esquisitas, quase tortas. Usam blusões com mensagens do tipo "embarque nessa viagem estranha", peças que lembram moletons vintage de algum filme "indie" americano.

As luxuosas tecnológicas da Balenciaga, quem diria, têm saudades da época em que ser nerd era sinônimo de ser cafoninha e excluído.

Aliás, o viés do cafona é uma das chaves para entender a moda neste momento.

A elevação do que antes era kitsch ou até brega ao status de tendência não é novidade, mas experimenta um retorno com força total na alta roda fashion.

Dries Van Noten, em seu elogiado desfile, também deu sua contribuição neste sentido. Recriou roupas orientais com referências de museu e iconografia quase de suvenir, transformando-as em um tipo de uniforme perfeito para um jogo de RPG muito chique ou até para figurino de um novo mangá fashionista.

Os jovens de Paris, aliás, querem ser pop, basta olhar nas ruas. Estão mais interessados em tênis e blusões high-tech do que no último lance das passarelas. Talvez por isso as grifes venham se aproximando desse universo.

A vitrine da Chanel nas Galleries Lafayette, meca das compras de luxo dos ricos "não tradicionais", está cheia de manequins de tailleur, vestido e enormes tênis brancos de cano alto, versão Lagerfeld para um modelo clássico eternizado pela Nike.

Nos bastidores, continua a saga em busca do novo nome que deve assumir a Dior.

O papo esquentou depois que Stefano Pilati deixou a direção criativa da Yves Saint Laurent.

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.