Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
"Rafinha Bastos não quis se reinventar" Diego Guebel, diretor-geral de conteúdo da Band, diz que "terno do 'CQC' era corselete" para o comediante Argentino foi alçado ao posto em 2011, depois de emplacar formatos de sua produtora, a Quatro Cabezas KEILA JIMENEZCOLUNISTA DA FOLHA Maradona? Messi? Não. O atacante da principal disputa na TV é argentino, mas detesta futebol. Mal assumiu a faixa de capitão e Diego Guebel, novo diretor-geral de conteúdo da Band, teve de colocar um dos craques do time no banco: Rafinha Bastos. Comprou o passe do artilheiro da concorrência, o "Pânico", que trocou a RedeTV! pela Band após dez anos. Perdeu Rafinha, que levou suas chuteiras para lá. Guebel chega atrasado para a entrevista à Folha e dribla: "Sou apenas um pobre argentino perdido no trânsito de São Paulo. Mil perdões." Emenda um refrigerante em um café e sai contando histórias da juventude. "Ouvi que um amigo estava fazendo rádio e pensei: 'Não quero ter um emprego honesto, quero fazer TV'", diz, rindo. Começou produzindo videoclipes e gravações de shows. Mas o retorno veio com o "CQC", anos depois, primeiro filhote de sucesso de sua produtora, a Cuatro Cabezas. Tentou por anos vender o formato no Brasil e só ouviu: "Isso é igual ao 'Casseta'". Em 2008, a Band comprou a ideia. O "CQC" abriu as portas para "A Liga", "Polícia 24h" e "Mulheres Ricas", todos da Quatro Cabezas. O sucesso de seus produtos cacifou Guebel para assumir o cargo de direção na emissora, no ano passado. A solução para conciliar as atividades na produtora com o posto no canal foi tornar a primeira um braço de produção do segundo. Entre os desafios para o neoexecutivo está o de aplicar uma finta no "Show da Fé", religioso estacionado no horário nobre da Band. Na TV, Guebel gosta de ver humor e do "Superpop" (RedeTV!). Detesta novelas. "Não me interesso por programas que aprisionam o público por dias, em que nada acontece. É hipnose." TERNO CORSELETE O argentino assumiu o comando da Band em outubro, bem na época da suspensão de Rafinha Bastos do "CQC". "O que foi falado por ele no programa não foi construído por todos", explica o diretor. "O 'CQC' tem uma responsabilidade coletiva. Rafinha queria falar por si. Enquanto o terno do 'CQC' é cômodo para os outros, para ele, era como um corselete." Guebel diz ter feito de tudo para que o comediante não deixasse a casa. "Ele é ótimo. Podia ter ficado n' 'A Liga', mas não quis se reinventar." Rafinha foi para a Rede TV! ocupar a vaga do "Pânico", que o argentino levou para a Band. "Será ruim para ele ser um substituto", provoca Guebel, que não vê semelhanças entre as turmas de Marcelo Tas e Emílio Surita. "Eles poderão fazer as mesmas pautas na Band. Têm olhares distintos sobre as coisas." O diretor não se preocupa com o possível aumento de processos contra o canal. "Quem tem de se preocupar são os advogados", brinca. "Pedir para o 'Pânico' mudar é como se casar com o Che Guevara e perguntar quando ele vai se barbear." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |