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Música

Mulheres no sax agitam a cena do jazz pelo mundo

Com toques incendiários, artistas comandam uma revitalização na forma de entender o instrumento

Tradicionalmente como cantoras ou pianistas, jovens instrumentistas fazem reinvenção do saxofone jazzístico

FABRICIO VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Estados Unidos, Alemanha, Itália, Argentina. Mulheres de diferentes cantos têm protagonizado um momento de revitalização do saxofone jazzístico.

Se o jazz "mainstream" ainda teima em apresentar as mulheres majoritariamente nos papéis de cantora ou pianista, na cena underground a história é diferente.

Nessa seara, a americana Matana Roberts, 33, é a mais reconhecida dentre as várias saxofonistas em destaque na atualidade.

Seu ousado projeto "Coin Coin" -"work-in-progress" que teve sua primeira parte, de um total de dez, editada em 2011- levou seu nome para além da cena de Chicago, onde é respeitada desde que ela estreou com o trio "Sticks & Stones", em 2002.

Em "Coin Coin", Matana celebra a memória de sua família, costurando diferentes estilos da música negra (jazz, blues, soul, gospel), em uma leitura pós-moderna que conta com projeção de imagens, "spoken poetry" e toques de muita improvisação.

Para acompanhar seu sax alto, a artista escalou um conjunto de 15 músicos, entre canto, sopros, percussão e cordas, que fazem desta uma peça de elevada densidade sonora.

De sotaque mais incendiário, Virginia Genta, 27, vem da Itália. Ao lado do baterista David Vanzan, a tenorista -que já abriu shows para o Sonic Youth- lidera diversificados projetos, com os quais lançou mais de duas dúzias de títulos.

Herdeira do lema punk "do it yourself" (faça você mesmo), Virginia edita seus discos de forma independente e quase artesanal, com pequenas tiragens e capas pintadas à mão, contemplando diferentes formatos para a música (vinil, CD e K7).

Virginia comanda dois projetos centrais: o Jooklo Duo, no qual demonstra explícita origem free jazzística; e o Neokarma Jooklo Trio, que apresenta um viés de tintas psicodélicas, em sintonia com o spiritual jazz dos anos 1960 -bem representado no disco "Time's Vibes".

O surpreendente e aquecido cenário do jazz argentino não deixou de criar sua musa do sax: Ada Rave. O disco de estreia de seu quarteto, "La Continuidad", mostra a habilidade de Ada tanto como solista, quanto como compositora.

Na ativa desde os anos de 1990, a pouco conhecida alemã Ingrid Laubrock, 41, é outra instrumentista que merece ser descoberta. "Let's Call This...", duo com o pianista britânico Liam Noble, revela toda a livre delicadeza de seu sopro.

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