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Festival de Campos deve ter compositor mexicano Enrico Chapela, expoente da música contemporânea, será convidado Outros planos incluem gravações de música sinfônica para crianças, e dos repertórios brasileiro e latino DE SÃO PAULOMarin Alsop chegou ao Brasil na segunda-feira ao meio-dia e já às 14h trabalhava com a orquestra, intensificando uma rotina de ensaios que, na gestão anterior, foi alvo de reclamação por parte de músicos que a consideravam "frouxa". Indagada sobre os motivos que a levaram a aceitar o convite da Osesp, ela explica: "Foi um passo não convencional. Eu me empolguei com as possibilidades, que aqui parecem mais amplas do que em outros lugares onde a cultura erudita está mais estabelecida. Aqui, os músicos parecem mais animados". O fato de ser mulher em um meio predominantemente masculino é tema recorrente em qualquer alusão que se faça a seu trabalho. "Na nossa sociedade, há escassez de mulheres em posições de liderança em todos os campos, não só nas orquestras", diz. Ela enumera seus planos na Osesp: "Além do ciclo de sinfonias de Prokofiev, pretendo gravar música para crianças e explorar os repertórios brasileiro e latino". Sobre o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, adianta: "Ainda estou me familiarizando com o conceito, mas pretendo trazer um compositor para dar uma 'master class'. Deverá ser Enrico Chapela". O mexicano Chapela terá a estreia mundial de seu concerto para violoncelo elétrico e orquestra sendo executada pela Osesp em julho. Ele é um dos jovens expoentes da música contemporânea atual, gênero pelo qual Alsop tem particular afeição, apesar do preconceito que o cerca. "Quem menos oferece resistência a este tipo de música são os jovens ou mesmo as crianças", diverte-se. "O ideal na programação de uma orquestra é balancear o contemporâneo com a música clássica tradicional", diz. De acordo com Alex Ross, crítico musical da revista "New Yorker", "Alsop sempre mostrou aptidão para atrair tanto músicos como plateias a apreciar músicas das quais achavam que não iriam gostar. Ela se tornou uma estrela fazendo dos compositores as estrelas". Buscando melhor sonoridade, e com ajuda de um engenheiro acústico, Alsop conta que trocou de lugar algumas seções da orquestra para este início de temporada. Os metais ficaram mais perto da plateia e os naipes de cordas foram colocados em alturas diferentes. "A acústica da Sala São Paulo é muito boa e com esta configuração ficou ainda melhor." O programa de abertura não podia ser mais adequado: uma das mais belas peças do repertório mozartiano, o "Concerto Nº 22" para piano, compõe a primeira parte. Na sequência, a quinta sinfonia de Shostakovich evocando os contrastes da primeira metade do século 20. A abertura fica por conta de uma peça assinada pela brasileira Clarice Assad, filha do violonista Sérgio Assad, utilizando como tema o hino nacional brasileiro. (MORRIS KACHANI)
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