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Fellini total

Mostra no Rio mapeia universo criativo do italiano a partir de desenhos, fotos e vídeos

Tazio Secchiaroli/Coleção David Secchiaroli
O diretor durante as filmagens de "Oito e Meio", em 1963
O diretor durante as filmagens de "Oito e Meio", em 1963

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Qualquer cineasta é capaz de olhar para a realidade que o cerca, mas processar isso em forma de magia cinematográfica requer mais: é preciso um olhar apurado, uma imaginação fervilhante. É preciso um Fellini.

A mostra "Tutto Fellini", que abre amanhã, no Instituto Moreira Salles do Rio, explica o que isso significa ao convidar o público a conhecer a atmosfera visual a partir da qual o cineasta italiano Federico Fellini (1920-1993) desenvolveu sua obra.

"Minha intenção era entender como funcionava o processo criativo de Fellini", diz Sam Stourdzé, diretor do Musée de l'Elysée, na Suíça, e curador da mostra, que estreou na França em 2009 e segue para o Sesc Pinheiros (São Paulo) em julho.

"O público vai ver fotos de Fellini trabalhando, clipes de seus filmes, cercados de imagens que dão o contexto daquela criação. A ideia é mostrar como ele era capaz de identificar no mundo real imagens que eram fortes o suficiente para se tornarem imagens cinematográficas."

O material está dividido em quatro áreas temáticas: uma lida com a cultura popular e com a forma como influenciou o cineasta, outra mostra bastidores de filmagens, uma terceira trata de sua relação com as mulheres e a última é centrada em sua vida.

São cerca de 400 obras (entre fotos, desenhos, cartazes e material de imprensa), além de trechos de filmes e de entrevistas em vídeo com seus colaboradores, como o figurinista Piero Gherardi (1909-1971), que ganhou o Oscar em sua categoria com as produções "A Doce Vida" (1960) e "Oito e Meio" (1963).

SONHOS E DESENHOS

Destacam-se na exposição os desenhos que Fellini fazia, seja trabalhando como caricaturista para jornais, no início de sua carreira, seja construindo personagens e cenas para seus filmes.

Há ainda as ilustrações que reproduzem seus sonhos, que ele desenhou por três décadas, por recomendação de seu psicanalista. São pinturas ricas em cores, retratando suas obsessões, medos e angústias, compiladas no "Livro dos Sonhos".

"Ele era um bom desenhista. O álbum é uma peça de arte e nunca havia sido mostrado antes. É um grande acréscimo à compreensão do mundo de Fellini", diz Stourdzé.

IMAGENS E CORES

O curador destaca também uma série de fotos coloridas de clássicos feitos em preto e branco, como "Oito e Meio" e "A Doce Vida" -deste, há ainda o clipe de uma cena cortada pelo diretor.

A exposição é complementada por uma mostra com mais de 20 longas (alguns com ingressos pagos), como "Mulheres e Luzes" (1950) e "A Estrada da Vida" (1954).

"Quero que o público saia da visita vendo Fellini como um dos gênios do século 20, capaz de enxergar o que nós não vemos, de identificar, seja na realidade, seja em sua imaginação, imagens que ele transforma em arte."

FOLHA.com

Veja galeria de fotos da exposição no Rio
folha.com/no1058965

TUTTO FELLINI

QUANDO abertura no sáb., às 17h; ter. a sex., das 13h às 20h; sáb. e dom., das 11h às 20h
ONDE Instituto Moreira Salles (r. Marquês de São Vicente, 476, tel. 0/xx/21/3284-7400)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre

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