Mostra nos EUA retrata o artista em seu apogeu

Dos 27 aos 37 anos, período da sua carreira como artista, Vincent van Gogh criou mais de mil pinturas e de mil desenhos.

O seu irmão Theo pedia para ele produzir sem tanta fúria e para usar uma quantidade menor de tinta nas pinceladas. "Às vezes, tenho trabalhado com muita rapidez. Isso é um defeito? Não consigo evitá-lo", respondeu o pintor.

Van Gogh se consagrou como gênio por conta das obras concebidas entre 1886, quando se mudou para Paris, e 1890, ano de sua morte.

Em cartaz no Philadelphia Museum of Art, nos Estados Unidos, até 6/5, a exposição "Van Gogh Up Close" explora em 40 obras esses quatro anos de pintura inovadora e febril.

"O close-up é uma abordagem muito pessoal", diz a curadora da mostra, Jennifer Thompson. "Para desenvolver essa técnica, ele se inspira nas pinturas dos seus contemporâneos e nas reproduções de gravuras japonesas."

O pintor holandês ficava mais à vontade quando trabalhava ao ar livre. Esse foi um dos motivos de divergência com Paul Gauguin (1848-1903), quando os dois moraram em Arles, no Sul da França (cidade onde Van Gogh cortou o lóbulo da orelha esquerda). Gauguin gostava de pintar em ambientes fechados.

"As pinturas da natureza em close eram um mecanismo para acalmar Van Gogh em meio à turbulência da sua vida pessoal", diz. "Elas são também o produto de um artista determinado a expandir os limites da arte pictórica."

Ao chegar a Paris, Van Gogh ficou profundamente abalado com os trabalhos dos pintores impressionistas. "Não foi um encontro prazeroso, ao menos num primeiro momento."

As obras de Monet, Pissarro, Renoir, Signac, Seurat e outros o fizeram reavaliar o próprio estilo. "Ele precisou ser inventivo para competir na cena: novas composição e perspectiva surgem da necessidade de experimentar."