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'Nunca decepciono meu público', diz Joe Cocker

Cantor faz shows no Brasil e lembra grandes momentos de sua carreira

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Poucos artistas são tão sinceros quanto Joe Cocker, 68, que vem ao Brasil pela terceira vez neste ano. "Gostaria de dizer para você que as outras turnês no Brasil foram maravilhosas", diz o britânico.

"A verdade é que não me lembro direito. Tive momentos da vida em que minha cabeça não estava 100%. Lembro que mal consegui sair do hotel, com tanta gente na porta [no Rock in Rio de 1991]".

Cocker fará quatro shows no país. Perguntado se iria aproveitar a turnê para experimentar novas canções, diz: "Só vou tocar umas três novas. Depois que você adquire certa experiência, sabe que o público quer ouvir as músicas de que gosta, e eu nunca decepciono o meu público."

Há 50 anos um dos "performers" mais intensos do pop/rock/blues, Cocker é conhecido por sua voz rouca e por uma entrega total no palco.

Sua apresentação em Woodstock, em 1969, quando parecia possuído enquanto cantava "With a Little Help From My Friends", dos Beatles, foi um dos marcos do festival.

"Hoje, em determinados momentos de meu show, eu tenho algumas visões de momentos importantes da minha vida, de grandes instantes que passei no palco. Às vezes, olho para o público e percebo que as canções também lembram as pessoas de suas vidas. É muito bonito."

Cocker cresceu no pós-Guerra em Sheffield, numa Inglaterra empobrecida.

"Não foi fácil ser criança," lembra. "Havia racionamento de comida, a vida era difícil. Foi o rock que me salvou."

Cocker caiu de amores pelo rock selvagem de Little Richard, Chuck Berry e Jerry Lee Lewis e Lonnie Donegan, maior nome do skiffle, uma espécie de "pré-rock".

Até que ouviu Ray Charles. "Aquilo foi um marco para mim. Fiquei obcecado por Ray, pelo blues e pela soul music. Ninguém me marcou tanto quanto Ray Charles."

Nos anos 1960, Cocker fez seu nome com ótimos discos e shows intensos. "Se eu fazia algo, era para valer, com tudo, não me segurava. Me perdia na música."

Entre seus fãs estavam John Lennon e Paul McCartney, que permitiram que Cocker gravasse canções dos Beatles.

Cocker sobreviveu a momentos difíceis nos anos 1970, com crises de álcool e drogas, até que, em 1982, sua carreira foi ressuscitada pelo sucesso da balada "Up Where We Belong", um dueto com Jennifer Warnes, tema do filme "A Força do Destino".

"Claro que eu vou cantá-la, assim como 'You Are So Beautiful' e 'With a Little Help'. Como disse, eu nunca decepciono os meus fãs."

JOE COCKER

QUANDO Dia 27, em Porto Alegre, dia 29, em SP, dia 31, em Belo Horizonte, e dia 1º/4, no Rio
QUANTO Porto Alegre: de R$ 130 a R$ 180 no site ingressorapido.com.br; SP: de R$ 140 a R$ 300 (www.viafunchal.com.br); Belo Horizonte: R$ 180 (ticketsforfun.com.br); e Rio: de R$ 220 a R$ 440 (www.ingresso.com.br)
CLASSIFICAÇÃO 15 a 18 anos

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