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Escritor espanhol rebate críticas de historiadores

Romance "O Império É Você" vendeu mais de 400 mil exemplares na Espanha

Para Javier Moro, há ciumeira nas ressalvas que sua obra sobre d. Pedro 1º tem recebido de autores brasileiros

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

"Eles estão tratando a história brasileira como se fosse um quintal de sua propriedade, de onde eu estaria roubando uma fruta."

Foi com um tanto de ironia, que o escritor espanhol Javier Moro rebateu na última quinta-feira as críticas que tem recebido desde que lançou no Brasil, na semana passada, o livro "O Império É Você", que conta de modo romanceado a história do imperador d. Pedro 1º.

Em uma mesa-redonda promovida pelo Instituto Cervantes, em São Paulo, Moro não poupou autores brasileiros como o jornalista Laurentino Gomes e a historiadora Mary Del Priore.

Lançado em 2011 na Espanha, "O Império É Você" se tornou um best-seller, passando de 400 mil exemplares vendidos. Também rendeu a Moro o Prêmio Planeta, promovido pela editora de mesmo nome, de 600 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão).

Ás vésperas de ser lançada no Brasil, a obra começou a ser bombardeada, e Moro foi acusado de cometer imprecisões e distorções históricas.

"O único viés pela qual o meu livro deve ser analisado é o literário. Estão querendo medir um romance, assim anunciado, por réguas acadêmicas", disse.

Segundo Moro, o livro lhe tomou 18 meses de extensa pesquisa, no Brasil, na Espanha e em Portugal.

Dezenas de livros e registros biográficos de d. Pedro 1º ajudaram a talhar a imagem do imperador que declarou a independência do Brasil.

"Durante um ano eu li todos os livros possíveis sobre a vida dele e não cheguei ao seu âmago. Achei por bem dar forma a isso usando a literatura", se defendeu.

Para Moro, o folclore em torno do monarca, mulherengo e dado a excessos, esconde um lado político de suma importância.

"Ele morreu aos 36 anos como um líder europeu defensor de causas liberais. Para mim, a paixão por uma bailarina francesa antes de ele se casar com a imperatriz Leopoldina pode ter razões mais profundas para o molde dessa personalidade do que o que registra a história", defendeu o autor.

Inquirido sobre a recepção que espera para o seu livro no Brasil, Moro foi incisivo: "Nada me faria mais satisfeito do que o livro se tornar um sucesso no Brasil. Até para que conheçam melhor um personagem que eu considero subestimado no país".

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