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Pinacoteca e MAM entram no Google Art

Museus entram em lista de 17 instituições do mundo com visitas virtuais por meio de ferramenta da empresa

Masp foi convidado, mas não quis participar por considerar atitude do Google colonialista; anúncio será na terça

FABIO CYPRIANO
CRÍTICO DA FOLHA

A Pinacoteca do Estado e o MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo) passam a integrar uma lista privilegiada de museus internacionais que compõem o Google Art Project (projeto de arte Google), como a Tate, de Londres, e Reina Sofía, em Madri.

Até agora, faziam parte da iniciativa 17 instituições de todo o mundo. O anúncio oficial da segunda fase, que inclui os brasileiros, será feito na próxima terça-feira, em evento na Pinacoteca.

Lançada há cerca de um ano, a iniciativa do Google (googleartproject.com) permite que internautas realizem viagens virtuais em galerias desses museus ou observem uma seleção de obras com a resolução espantosa de até 7 bilhões de pixels.

A visita às galerias ocorre graças à tecnologia Google Street View, ferramenta que permite "andar" virtualmente por ruas de centenas de cidades do mundo.

Segundo o site do Google, não há uma curadoria da empresa na escolha das salas e obras selecionadas, cabendo aos museus a decisão do que apresentar.

No caso da Pinacoteca do Estado, segundo a Folha apurou, será possível visitar virtualmente o acervo da instituição, no segundo andar de sua sede (no centro de SP), recentemente renovado.

Já o MAM-SP, que não possui espaço permanente para sua coleção, irá disponibilizar uma visita ao 32º Panorama da Arte Brasileira, realizado entre outubro e dezembro do ano passado.

Em ambas as instituições, obras do acervo estarão também disponíveis em grandes formatos.

COLONIALISMO

Convidado pela organização, o Masp (Museu de Arte de São Paulo) recusou-se a integrá-lo.

A instituição considerou "colonialista" a postura do Google no Brasil.

"Eles vieram com um contrato leonino, que apresentava até contrapartidas financeiras e colocava a segurança da instituição em risco. Duvido que tenha sido assim nos museus estrangeiros ", declarou a assessoria de imprensa do Masp.

O diretor do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), José do Nascimento Júnior, responsável pelos museus federais, concorda com a postura do Masp.

"Estamos conversando com o Google para incluir três museus do Rio no projeto, mas realmente o contrato não é favorável", afirma.

O diretor do Ibram explica o principal impedimento: "Nós fornecemos conteúdo e não há contrapartida, então, para que se vincular a eles se temos outros meio de divulgação?".

Procurada pela reportagem da Folha, a assessoria de imprensa da empresa disse que "o Google não comenta especulações".

Já a Pinacoteca e o MAM também não se manifestaram, alegando que assinaram contrato de sigilo com a empresa norte-americana.

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