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Lollapranóis

Maior festa 'indie' dos anos 90, festival Lollapalooza chega ao Brasil misturando gêneros e tamanhos

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Com uma grife poderosa nas costas e promovendo o mais bombástico show do rock mundial, o Lollapalooza Brasil estreia sua marca neste final de semana em São Paulo, testando no país os limites da música atual.

A escalação do evento, que acontece no sábado e domingo no Jockey Club, é uma mistureba de gêneros e tamanhos, mas o espírito é o da música independente baseada no "superlativo".

A começar pelo nome, o Lolla BR inaugura a filial no Brasil de um dos mais importantes festivais do mundo, realizado em Chicago, nos EUA, que, desde os anos 90, faz história na música "indie".

Depois de uma ferrenha batalha nos bastidores com outras duas produtoras nacionais, a Geo Eventos, braço da Rede Globo e representante do Lollapalooza no Brasil, conseguiu fechar um contrato com o Foo Fighters, banda do ex-Nirvana Dave Grohl, que desde o ano passado vem arrastando multidões em arenas e estádios mundo afora.

O Foo Fighters é a atração principal do sábado. No domingo, o "headliner" é o grupo britânico Arctic Monkeys, em sua segunda visita ao Brasil (tocaram em 2007).

Quando apareceu para o mundo, em 2006, a banda do vocalista Alex Turner realizou a maior façanha de um grupo novo da era da internet.

Mesmo com o primeiro álbum tendo sido vorazmente baixado na rede, quando saiu às lojas, vendeu tanto que virou o disco de estreia mais rapidamente consumido da história britânica. Foram 360 mil cópias na primeira semana. Mais que a estreia do Oasis, por exemplo, em 1994.

De lá para cá, a banda lançou quatro álbuns e só cresceu. Amadureceu, experimentou e manteve a identidade. Possui uma das mais poderosas bases de fãs na internet, sem ter virado pop.

Entre as 50 bandas que tocarão no resgatado espaço do Jockey Club paulistano, que ganhou concorrência de Anhembi e Interlagos por causa (também) do "skyline" urbano semelhante ao de Chicago, estão ainda os nomes do americano Skrillex e do brasileiro Racionais MC's.

O primeiro era um moleque de cabelo esquisito que tocava em uma banda emo até pouco tempo. Hoje é o atual superstar da música eletrônica, feita em computador com bases de dubstep inglês.

O Racionais MC's, espécie de Nirvana do hip-hop brasileiro, revolucionou o gênero com um crescente apelo de periferia nos anos 90, até eclodir no excelente disco "Sobrevivendo no Inferno", que vendeu 1 milhão de cópias sem alardes de mídia.

O grupo prepara um novo disco, e músicas inéditas devem aparecer no show, em que um Racionais toca fora de seu habitat, em um festival de "playboys". Dificilmente seu público costumeiro pagaria R$ 300 para vê-los.

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