Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Whitney, em NY, faz bienal com pintura, dança e rock

Exibição no museu surpreende a crítica e é considerada a melhor da história da instituição

ISABELLE MOREIRA LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

O Whitney Museum of American Art de Nova York sedia até 27 de maio o que está sendo considerada pela crítica uma das melhores bienais de sua história.

Na mostra, a 67ª desde que a instituição promove bienais e anuais, em 1932, há 51 artistas -alguns novos, outros consagrados- escolhidos pela curadora Elisabeth Sussman e por Jay Sanders, escritor e curador independente, que já dirigiu galerias de arte.

A bienal reúne não só trabalhos esperados pelo público -pinturas, esculturas, fotografias, instalações e vídeos- mas também peças de música, cinema, dança e teatro. Não há um tema explícito que guie as obras, mas fica clara a preocupação com noções como colaboração, espaço e interação, identidade e sexualidade.

Entre os destaques está uma pequena galeria dedicada ao trabalho e à vida do pintor texano Forrest Bess (1911-1977), que viveu boa parte de sua vida adulta no golfo do México e trabalhou como pescador. Além das 11 pinturas baseadas em sonhos do artista, a exposição reúne fotos e cartas sobre a autocirurgia que realizou com o fim de se tornar um hermafrodita.

O cineasta alemão Werner Herzog comparece com a videoinstalação "Hearsay of the Soul" (rumor da alma, em tradução livre), que mostra, em cinco telas, diferentes ângulos de pinturas do holandês Hercules Segers.

A projeção tem trilha sonora do violoncelista Ernst Reijseger, também holandês.

A artista polonesa Joanna Malinowska se faz presente em diferentes plataformas de trabalho e mantém seu olhar voltado para a antropologia.

Há uma escultura feita de ossos de animais inspirada no secador de garrafas de Marcel Duchamp; "Horse Nation", uma pintura feita na prisão pelo ativista Leonard Peltier; e um vídeo inspirado na performance de Joseph Beuys "Coyote", em que bebe ayahuasca em um pequeno quarto, na companhia do "coyote" e de um cachorro.

A performance é uma forte marca da bienal, que alista nomes de peso, como os coreógrafos Sarah Michelson e Michael Clark, para apresentações pré-agendadas, além de deixar os integrantes do grupo de rock Red Krayola disponíveis para um bate-papo por Skype com o público e de contar com uma artista residente que bate ponto no terceiro andar do Whitney todos os dias, durante os três meses de bienal.

Ela é Dawn Kasper. Levou seu estúdio ao museu, e sua obra é o próprio trabalho (processo e resultado), o que desperta a curiosidade do público que visita o espaço.

Quem vai o local pode ver Kasper desenhar, cantar, ouvir música e reorganizar suas coisas, além de conversar com ela. "Você tem cozinha aqui?", pergunta uma visitante. "Olha, não seria má ideia", diz Kasper, que não está dormindo no museu, mas tem cama no estúdio adaptado, caso queira tirar um cochilo.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.