Nigel Kennedy traz mistura de música erudita, rock e jazz a SP

Célebre por cruzar estilos musicais, o violinista britânico Nigel Kennedy, 55, leva hoje diversos instrumentos e uma mistura de jazz e barroco para a Sala São Paulo. É a primeira vez que ele se apresenta no Brasil.

No concerto beneficente da Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), Kennedy empunha dois violinos acústicos, Bergonzi e Bouette, e dois elétricos, feitos sob encomenda, com as cores do time de futebol para o qual ele torce, o Aston Villa.

Inicialmente, ele executa a segunda sonata para violino solo do compositor síntese do barroco germânico, Johann Sebastian Bach (1685-1750).

Em seguida, recebe a companhia de Jarek Smietana (violão), Yaron Stavi (contrabaixo acústico) e Krzysztof Dzeidzic (bateria) para tocar criações de Fats Waller (1904-1943), um dos mestres do estilo jazzístico conhecido como "stride piano".

Kennedy causou furor em 1989, com roupas e atitudes de palco pouco ortodoxas para um músico de formação erudita, vendendo 2 milhões de cópias com sua gravação de "As Quatro Estações", de Antonio Vivaldi (1678-1741).

Aos poucos, foi incorporando jazz e rock à sua paleta. Kennedy já gravou álbuns dedicados ao guitarrista Jimi Hendrix (1942-1970) e à banda The Doors. "Sempre improvisei, isso me aconteceu com naturalidade, não é nada forçado ou fabricado", diz.

O músico, que chama Bach de "o oxigênio que eu respiro", faz questão de reforçar, contudo, que "jazz, rock e folk também estão em meu sangue musical".

O violinista também está interessado em conhecer a música brasileira e em fazer "jam sessions" com instrumentistas locais.

Entre eles estão o Trio Corrente, o pianista Benjamin Taubkin e o violinista Ricardo Herz, que devem encontrá-lo amanhã, na Casa do Núcleo (rua Padre Cerda, 25, Alto de Pinheiros).