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Bob Dylan volta ao Brasil e reinventa sua 'turnê sem fim'

Músico inicia hoje, no Rio, série de seis apresentações com repertório indefinido e clássicos da contracultura

Com dois shows em São Paulo, americano se apresenta ainda em Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre

DE SÃO PAULO

A turnê brasileira que Bob Dylan abre hoje no Rio, com seis datas em cinco cidades, não se parece com as excursões que o cantor americano fez nas últimas duas décadas.

Sempre pouco confortável no papel de porta-voz da contracultura que mudou o mundo na década de 1960, Dylan nunca vestiu direito o figurino de astro do rock.

Quando foi para a estrada, cantou o que bem quis. Podia ser a íntegra do disco mais recente, mesmo que pouca gente tivesse gostado dele, ou um punhado de canções bem obscuras de seu extenso repertório autoral.

Dylan está levando pelo mundo sua "Never Ending Tour", a turnê que não tem fim. O nome é bom, porque ela começou em 1988.

O cantor, aos 70 anos, está com pique de menino e não parece nada disposto a parar com os shows. No ano passado, na Europa, cumpriu 36 apresentações em 45 dias.

Além de toda essa disposição, Dylan demonstra boa vontade em atender seu fãs. As músicas que tem levado aos palcos são "greatest hits" da fase áurea do compositor.

LIKE A DYLAN

Se não resolver mudar tudo depois de chegar ao Brasil, Dylan vai jogar fãs de todas as gerações de volta aos tumultuados anos 1960.

Deve cantar, entre outras músicas, hinos de mudança como "Like a Rolling Stone", "Ballad of a Thin Man" e "All Along the Watchtower".

As músicas fazem parte da produção que colocou Dylan no panteão do rock. Depois de surgir, muito jovem, como o novo grande nome do folk, ele chocou os seguidores do gênero ao trocar o violão pela guitarra elétrica, em 1965.

Suas letras, que passaram a repercutir com mais força depois de "eletrificadas", influenciaram diretamente as duas maiores bandas da época, Beatles e Rolling Stones, que se esforçaram para escrever letras mais complexas depois de conhecerem Dylan.

Há grande chance de que ele encerre com "Blowin' in the Wind". Embora "Like a Rolling Stone" vença constantemente as eleições de melhor música da história do rock, "Blowin' in the Wind" deve ser a canção mais famosa de Dylan no Brasil.

A canção teve uma versão em português de sucesso na década de 1970, gravada por Diana Pequeno, e volta e meia cantarolada, em sua versão original, pelo senador Eduardo Suplicy no Congresso e em ocasiões públicas.

Ouvir essa e outras canções tão importantes na voz de seu criador vai valer a pena. Ainda mais porque Dylan está cantando hoje melhor do que em suas turnês anteriores, nas quais o público demorava a descobrir qual música ele estava apresentando.

Depois de Brasília e Belo Horizonte, Bob Dylan tem dois shows marcados em São Paulo no próximo final de semana. Em seguida, encerra a passagem pelo Brasil em Porto Alegre.

(THALES DE MENEZES)

BOB DYLAN
SHOWS Citibank Hall - Rio (hoje, às 20h);
Ginásio Nilson Nelson - Brasília (17/4, às 21h30);
Chevrolet Hall - BH (19/4, às 21h);
Credicard Hall - São Paulo
(21/4, às 22h, e 22/4, às 20h);
Pepsi on Stage - Porto Alegre (24/4, às 21h)
QUANTO de R$ 120 a R$ 800 (à venda em ticketsforfun.com.br)
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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