Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Música

The Vaccines põe "hype" à prova em SP

Em entrevista, vocalista Justin Young fala sobre a relação com a crítica e justifica falta em festival brasileiro

Afiados por mais de cem shows desde 2010, banda deve tocar no Brasil músicas do aguardado 2º disco

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Em agosto de 2010, quando a banda britânica The Vaccines postou no YouTube um vídeo da música "If You Wanna", que soa como uma mistura de New York Dolls, Phil Spector e The Strokes, deu-se uma correria típica da crítica musical do Reino Unido, aquela que elege toda semana uma salvação para o rock.

"É arbitrário, mas não tem muito o que fazer. Um dia lhe dizem que a sua banda é a mais legal do mundo e, a partir daí, esperam que você cumpra expectativas que não são suas", diz Justin Young, líder e vocalista da banda, em entrevista à Folha.

Passado o estranhamento inicial e com a carreira consolidada por um bom disco de estreia ("What Did You Expect from the Vaccines?"), boas performances ao vivo e novas canções, a banda vem ao Brasil pela primeira vez.

Aqui, faz dois shows: hoje à noite, em São Paulo, e amanhã, no Rio.

Deveriam ter vindo antes se não tivessem dado cano no festival Planeta Terra, que aconteceu em São Paulo, em 2011. "Virou uma questão de honra tocar aí e, no fim das contas, acho que vai ser bem melhor agora", ponderou.

A falta foi justificada pela então oportunidade de abrir os shows da turnê europeia do Arctic Monkeys. "Estamos tocando melhor -de tanto fazer isso- do que tocávamos no ano passado."

JUSTIFICANDO O SUCESSO

Com o "hype" domado, mais de uma centena de shows realizados desde 2010 (época em que alimentava no público a ansiedade pelo disco, tocando cinco ou seis canções então inéditas), Young diz que a banda se sente mais à vontade.

"Chega o momento em que não tem intermediário: é você e o público. Essa relação é real, é o que justifica continuar fazendo música", diz o vocalista.

E é o que eles têm feito. É possível que, além de hits como "Wreckin' Bar (Ra Ra Ra)", "Blow It Up" e "Post Break-Up Sex", a banda toque nos shows brasileiros três músicas ainda sem registro em disco: "No Hope", "Bad Mood" e "Teenage Icon".

O segundo disco, ainda sem data de lançamento, foi gravado em março na Inglaterra, com produção de Ethan Johns, que já trabalhou com o cantor Ryan Adams.

O trabalho mantém, de acordo com Young, os parâmetros do debute.

"É rock: simples, melódico e com letras que tratam das mesmas coisas: trabalho, amor, amigos. No fundo, a vida da gente é normal", adianta o cantor.

Diz ele que a quantidade súbita de fãs, os convites para os maiores festivais de música do mundo e o assédio da imprensa não trouxe mudanças drásticas. "Nossa vida acontece quando voltamos para casa."

Nostálgico, Young, que é colecionador de LPs, acha que o download é um meio de divulgação eficaz, mas incapaz de substituir um disco físico. "Corre-se um risco de ser chato falando isso, mas não é um sermão. Eu acho mesmo que nada substitui um disco em suas mãos. É como ser dono de um bem".

Os fãs brasileiros já podem sê-lo, pois o disco acabou de ser lançado (com atraso de um ano) no país.

THE VACCINES

QUANDO hoje, às 23h
ONDE Cine Joia (pça. Carlos Gomes, 82, tel. 0/xx/11/3231-3705)
QUANTO de R$ 80 a R$ 160
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.