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Crítica Exposição Mostra de Elis tem ponto alto em cenas de TV Especiais gravados nos anos 1960 e 1970 em redes europeias revelam uma cantora que o Brasil ainda desconhece MARCUS PRETODE SÃO PAULO O material mais surpreendente disponível na exposição Viva Elis são imagens raríssimas produzidas com a cantora na virada dos 1960 para os 1970 em redes de TV francesa, alemã e portuguesa que são projetadas continuamente numa pequena sala de cinema -mas vamos deixar o melhor para o final. O ideal é passar algumas horas no Centro Cultural São Paulo, onde a mostra está em cartaz desde o último sábado -e até 20/5. Só assim é possível dar conta de parte relevante do extenso material reunido ali. Comece pelas fotos -são cerca de 200, algumas totalmente inéditas. Estão organizadas ao lado de telas de TV em que se pode assistir a imagens da cantora em ação. Essas telas estão organizadas conceitualmente: shows, entrevistas dos anos 1970 e 1980, Elis conquista espaço no exterior etc. O tal álbum de casamento de Elis com Ronaldo Bôscoli, que ela pediu que fosse destruído em uma briga com o marido (mas desobedeceram) é outra raridade, mas vale mais pela história do que propriamente pelas imagens. Na sequência, vá às réplicas dos figurinos usados pela cantora no show "Falso Brilhante", de 1975. São cinco modelos, refeitos pelo estilista Fause Haten. Quem não conhece bem a discografia de Elis pode passar pelos terminais de audição, em que 29 álbuns estão disponíveis. É fundamental que eles estejam na exposição, mas, se o tempo for curto, pule essa parte -é fácil ouvi-los em casa, afinal. Por fim, as imagens raras. Segundo o pesquisador Allen Guimarães, curador da exposição, há cerca de quatro horas de cenas, quase todas inéditas no país. O rolo inteiro, que junta essas raridades a imagens mais conhecidas da cantora, soma cerca de 20 horas -ou seja, seria preciso passar mais de dois dias inteiros na mostra só para vê-las todas. São cenas surpreendentes de Elis em Cannes, em 1968, e na Alemanha, em 1972. Entre elas, a imagem da cantora sobrevoando o Rio sobre uma borboleta psicodélica, cantando "Samba do Avião". Em outra, Elis faz versão bilíngue de "Upa Neguinho" rodeada de crianças alemãs. Ela ainda interpreta o tema do filme "Houve uma Vez um Verão" (1971) em dueto com o autor, Michel Legrand, ambos "caminhando na Lua". São cenas tão impactantes que, no dia da abertura, alguns visitantes da mostra lançaram mão de óculos escuros para disfarçar o choro. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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