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Crítica

Cineasta Stanley Kubrick quer mostrar que somos precários

CRÍTICO DA FOLHA

A palavra pessimismo talvez não seja a que melhor define "Laranja Mecânica" (TCM, 0h15, 18 anos). Antes, existe um vasto sentimento de desgosto: como se todo o esforço do homem para vencer sua animalidade pudesse perder-se.

O anti-herói do cineasta Stanley Kubrick, aqui, tem por inspiração Beethoven (1770-1827). O sublime inspira o bestial, talvez. Ou ambos coexistem e, nesse caso, para que serve Beethoven?

Mas o anti-herói será castigado, a horas tantas. E depois virá o tratamento: uma vingança da norma, que apenas serve para consagrar o mal-estar na civilização.

Sim, somos precários, parece nos querer mostrar Kubrick nesta obra-prima de 1971 em que nunca as linhas distorcidas da grande-angular tiveram efeito tão devastador.

(INÁCIO ARAUJO)

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